Muitos especialistas já afirmaram que grande parte do corpo humano é água. Na verdade o corpo é feito por cerca de 60% de água. Mas nem toda esta água permanece lá. Parte dela é eliminada na urina, no suor e até quando respiramos. Por isso beber água suficiente para cobrir estas perdas é fundamental. Mas o que acontece quando não bebemos o suficiente?
'Centro da sede'
"A água, sendo um solvente universal, fornece nutrientes ao corpo, regula a temperatura corporal e lubrifica os olhos e articulações", disseram Mitchell Moffit e Greggory Brown, do AsapScience, um canal no YouTube especializado em ciência. Sem água perdemos energia, a pele fica seca e até o humor é afetado.
A educadora Mia Nacamulli explica em uma animação divulgada em uma conferência TED-Ed, voltada para a educação, que quando o corpo se desidrata as terminações nervosas do hipotálamo do cérebro – que estão no que os cientistas chamam de "centro da sede" (OCPTL) – enviam sinais para a liberação de um hormônio antidiurético.
Este hormônio chega até os rins e estimula as aquaporinas, proteínas das membranas das células que podem transportar moléculas de água, permitindo que o sangue retenha mais água no corpo. Quando isto acontece, a urina fica mais escura e com um cheiro mais forte.
Durante este processo de desidratação também sentiremos menos vontade de urinar e teremos menos saliva. Também há a possibilidade de sentirmos tonturas porque o cérebro está tentando se adaptar à falta do líquido.
Adaptação
Você viu?
Um cérebro desidratado se contrai devido à falta de água e deve trabalhar mais para conseguir o mesmo resultado que um cérebro bem hidratado. Além disso, ele também ativa uma série de mecanismos de adaptação para conseguir manter sua atividade apesar da falta do líquido.
No entando, este processo pode continuar durante apenas alguns dias: se você interromper totalmente a ingestão de água, o corpo começará a sofrer com os efeitos mais graves e, no final, vai parar de funcionar.
Deixar de beber água durante dias (desidratação crônica) pode abrir caminho para outros problemas como diabetes, colesterol alto, problemas de pele e digestivos, fadiga e prisão de ventre.
O tempo de sobrevivência sem beber água varia entre três e cinco dias, de acordo com cada pessoa. Mas já foram registrados casos de quem conseguiu sobreviver mais tempo.
Quanto por dia?
A quantidade de água que devemos beber depende do organismo de cada um e do ambiente em que a pessoa vive. Mas, de acordo com a educadora Mia Nacamulli, o mais recomendável é que os homens bebam entre 2,5 e 3,7 litros por dia e as mulheres, de 2 a 2,7 litros.
Porém também é importante não ultrapassar a quantidade necessária: beber água em excesso pode trazer riscos à saúde, segundo os especialistas. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, revelaram em 2015 que a quantidade recomendável de água varia entre quatro e seis copos por dia. Anteriormente era divulgado que eram necessários oito copos de água por dia.
De acordo com os cientistas de Harvard, é impossível fazer uma recomendação que sirva para todos: a necessidade de consumo de água depende da dieta, do clima e do nível de atividade física praticada pela pessoa.
As mulheres grávidas ou mães que estão amamentando, as pessoas que fazem mais atividades físicas, as que vivem em um clima quente ou aquelas que estão doentes deveriam, segundo o relatório americano, beber mais água. E, se você for do tipo que não gosta de água, pode consumir líquidos de outra forma: frutas e verduras como o melão ou o pepino têm grandes quantidades de ádgua.
Mas os médicos advertem: não se pode substituir água por refrigerante – "escolha tomar água ao invés de bebidas açucaradas". Por isso, uma opção apresentada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC), é adicionar uma rodela de lima ou limão para dar mais gosto à água.