Músico Steve Ludwin tem 17 cobras em seu apartamento em Londres, sendo que 15 delas são venenosas
CNN/ Reprodução
Músico Steve Ludwin tem 17 cobras em seu apartamento em Londres, sendo que 15 delas são venenosas

O britânico Steve Ludwin, de 50 anos, mantém um hábito tanto quanto único há cerca de 30 anos: se injetar veneno de cobra. Não importam os diversos alertas de especialistas sobre o quão perigoso isso pode ser, a sua curiosidade a cerca do que pode acontecer é muito maior.

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E ele sabe bem o quão difícil é quando um ataque de cobra realmente ocorre. De acordo com reportagem da CNN, foram duas mordidas severas só no ano passado. “A dor é como se alguém tivesse pegado uma marreta, esmagado a sua mão e depois colocado uma chama embaixo dela. É a evolução dizendo para você ficar longe dessas coisas.”

O músico tem 17 cobras em seu apartamento, sendo 15 delas são venenosas. Ele contou que o interesse pelas serpentes começou quando ele ainda era criança, e só cresceu ao longo dos anos. A ideia de injetar veneno em si mesmo surgiu após ele conhecer Bill Haast, um pesquisador que acreditava que poderia desenvolver uma imunização ao veneno de cobra se expondo à substância.

Ludwin passou as últimas décadas alternando doses diárias de veneno com apenas uma injeção a cada poucos meses. Apesar de nenhuma evidência científica, ele acredita que isto pode aumentar sua resistência aos animais peçonhentos, aumentar sua saúde e retardar o envelhecimento.

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Ludwin passou as últimas décadas alternando doses diárias de veneno com apenas uma injeção a cada poucos meses
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Ludwin passou as últimas décadas alternando doses diárias de veneno com apenas uma injeção a cada poucos meses

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ao menos 100 mil pessoas morrem todos os anos por conta de mordidas de cobra. Além disso, o contato com o veneno pode causar sérios problemas, como paralisia, e até gerar amputações. Trabalhadores rurais e crianças são as maiores vítimas.

Em 2013, Ludwin pêde ver seu hobbie se transformando em algo que pode realmente ajudar milhares de pessoas. Cientistas da Universidade de Copenhagen entraram em contato com o músico para que ele participasse de um estudo para o desenvolvimento de um remédio contra o veneno das serpentes.

Desde então, ele viaja frequentemente para a Dinamarca para exames de sangue e coleta de amostras da medula óssea. Ludwin também precisa repassar aos pesquisadores os tipos e quantidades de veneno que injeta. Brian Lohse, professor de química e biologia molecular, acredita que é primeira vez que um estudo deste tipo é feito com humanos – normalmente, animais são feitos de cobaia.

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Apesar disso, ele não aprova a prática. “De forma alguma nós encorajamos Ludwin. É perigoso. É claro que ele pode morrer fazendo isso.”

Os pesquisadores esperam entrar no final de 2017 já com os resultados em mãos. Após conseguir uma quantidade suficiente de amostras de Ludwin, tentarão extrair anticorpos para, depois, tentar neutralizar diferentes tipos de venenos de cobra.

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