De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a relação entre as campanhas de vacinação e o autismo são um dos mitos
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a relação entre as campanhas de vacinação e o autismo são um dos mitos

Após o Ministério da Saúde anunciar nesta sexta-feira (3) que vai ampliar o público-alvo de seis vacinas este ano , a OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde) divulgou uma lista com dez mitos sobres as campanhas de vacinação. Confira abaixo:

1. Uma melhor higiene e saneamento farão as doenças desaparecerem – vacinas não são necessárias.

Segundo a organização, esta informação é errada porque as doenças que podem ser prevenidas pelos imunizantes acabam retornando quando as campanhas de vacinação são interrompidas. É o caso da poliomielite e o sarampo, que podem reaparecer rapidamente.

“Uma melhor higiene, lavagem das mãos e uso de água limpa ajudam a proteger as pessoas de doenças infecciosas. Entretanto, muitas dessas infecções podem se espalhar, independente de quão limpos estamos”, diz a nota.

2. As vacinas têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos. A vacinação pode ser até fatal.

A OMS garante que as vacinas são seguras. “A maioria das reações são geralmente pequenas e temporárias, como um braço dolorido ou uma febre ligeira. Eventos graves de saúde são extremamente raros e cuidadosamente monitorados e investigados. É muito mais provável que uma pessoa adoeça gravemente por uma enfermidade evitável pela vacina do que pela própria vacina.”

A organização afirma também que os benefícios da imunização superam “em muito” o risco. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia.

3. A vacina combinada contra a difteria, tétano e coqueluche e a vacina contra a poliomielite causam a síndrome da morte súbita infantil.

De acordo com a OMS, não há relação entre a administração da vacina e a síndrome, mas o imunizante é aplicado em um momento em que os bebês podem sofrer com o problema. “Em outras palavras, as mortes por síndrome da morte súbita infantil são coincidentes à vacinação e teriam ocorrido mesmo se nenhuma vacina tivesse sido aplicada.”

4. As doenças evitáveis ​​por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar.

Apesar de uma doença ter se tornado rara em uma região, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular por outras partes do mundo. Deste modo, eles podem voltar a circular pelo local e infectar pessoas que não participaram das campanhas de vacinação. “Desde 2005, por exemplo, na Europa Ocidental ocorrem focos de sarampo em populações não vacinadas (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido).”

5. Doenças infantis evitáveis ​​por vacinas são apenas infelizes fatos da vida.

Doenças como sarampo, caxumba e rubéola são graves e podem levar a complicações graves em crianças e adultos, incluindo pneumonia, encefalite, cegueira, diarreia, infecções de ouvido, síndrome da rubéola congênita e até a morte. Por conta disso, estes problemas não devem ser tratados como simples fatos da vida.

6. Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança pode aumentar o risco de eventos adversos prejudiciais, que podem sobrecarregar seu sistema imunológico.

“Evidências científicas mostram que aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos sobre o sistema imunológico das crianças.”

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A OMS explica que as crianças já são expostas a centenas de substâncias estranhas todos os dias. “O simples ato de comer introduz novos antígenos no corpo e numerosas bactérias vivem na boca e no nariz. Uma criança é exposta a muito mais antígenos de um resfriado comum ou dor de garganta do que de vacinas.”

Além disso, aplicar várias vacinas ao mesmo tempo reduz o número de visitas ao posto de saúde ou hospital e também o número de injeções aplicadas.

7. A influenza (gripe) é apenas um incômodo e a vacina para a doença não é muito eficaz.

Segundo a OMS, a gripe mata de 300 mil a 500 mil pessoas a cada ano em todo o mundo. Mulheres grávidas, crianças pequenas, pessoas idosas com pouco acesso à saúde e pacientes com doenças crônicas, como asma ou doença cardíaca, correm maior risco.

A vacina para gestantes também ajuda a proteger os recém-nascidos, já que não há nenhuma vacina contra a gripe para bebês menores de seis meses.

8. É melhor ser imunizado por meio da doença do que por meio de vacinas.

“As vacinas interagem com o sistema imunológico para produzir uma resposta imunológica semelhante àquela produzida pela infecção natural, mas não causam a doença ou colocam a pessoa imunizada em risco de possíveis complicações.”

9. As vacinas contêm mercúrio, que é perigoso.

O mercúrio está presente no tiomersal, um composto orgânico utilizado como conservante. Entretanto, não existe, segundo a OMS, evidência que sugira que a quantidade de tiomersal utilizada nas vacinas represente um risco para a saúde.

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10. Vacinas causam autismo.

“Um estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda da cobertura das campanhas de vacinação e subsequentes surtos dessas doenças. Não há evidência de uma ligação entre essa vacina e o autismo/transtornos autistas.”

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