Todo mundo conhece uma história de alguém que tenha tido a desagradável experiência de um corpo estranho entrar no organismo. Seja uma moeda que parou na garganta, ou até mesmo um inseto que entrou no ouvido, é sempre um desespero lidar com essas situações. Saber agir corretamente nesses casos pode ser determinante para não afetar a sua saúde.

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Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, esse tipo de ocorrência é muito comum. E, de acordo com Eduardo Landini Lutaif Dolci, otorrinolaringologista da Clinica Dolci em São Paulo, a presença de corpos estranhos no organismo acontece independente da faixa etária. “Nos consultórios é mais difícil, mas em pronto-socorro é recorrente a quantidade de crianças que aparecem com algum objeto preso nas vias aéreas, ou adultos engasgados, geralmente, com espinha de peixe”, relatou o especialista.

Os locais onde isso pode ocorrer são, geralmente, no nariz, garganta e ouvido. Veja como fazer os primeiros socorros em cada situação:

No ouvido

Cuidados com os ouvidos devem ser tomados, inclusive, no momento da higienização, para evitar obstrução do tímpano
shutterstock/Reprodução
Cuidados com os ouvidos devem ser tomados, inclusive, no momento da higienização, para evitar obstrução do tímpano

 Quando algum corpo estranho se instalar no ouvido, o ideal é não tentar retirar em casa, e procurar ajuda médica urgente.

Porém, há algumas exceções. Se o objeto for uma bateria, de relógio ou calculadora, por exemplo, a tentativa pode ser válida, já que o material que é feita a bateria poderia causar consequências sérias.

Mas, em todas as situações, o aconselhável é manter a calma, evitar coçar ou cutucar o local e procurar um pronto atendimento.

“É menos frequente, mas pode acontecer de uma barata ou mosquito entrar no ouvido. Se isso ocorrer, para amenizar o incômodo extremo e a angústia do paciente, recomendamos que um óleo seja despejado no ouvido, como o de amêndoas, por exemplo, para imobilizar o inseto”, explica Dolci.

Em outros casos, inclusive até na hora da higienização, o médico orienta não inserir nada na região para evitar uma otite externa, ou até mesmo a perfuração do tímpano, que pode causar zumbidos, dor e até a perda da audição.

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Na garganta

Em casos de corpos estranhos obstruindo a garganta, peça para a pesso tentar tossir forte para ver se o objeto sai
shutterstock/Reprodução
Em casos de corpos estranhos obstruindo a garganta, peça para a pesso tentar tossir forte para ver se o objeto sai

Especialmente por conta da ingestão de alimentos que não foram mastigados corretamente, como ossos, espinhas de peixe, casca de cereais, muitas pessoas acabam engasgando e tendo dificuldades até para respirar.

Para ver se o objeto não está obstruindo a passagem de ar, peça para a pessoa tossir com força. Se o que foi engolido tiver pontas, elas podem causar incômodo, mas se não estiver causando asfixia, a vítima pode ficar um pouco mais calma até chegar ao hospital.

Se as vias respiratórias estiverem sendo bloqueadas, pedir para a pessoa se sentar com a cabeça inclinada um pouco a frente do tronco, e abraçá-la por trás pode ajudar. “Comprimindo o estômago, ela pode cuspir o corpo estranho como reflexo do aperto. Mas mesmo se isso acontecer, é preciso procurar um médico para verificar as condições da garganta”, orienta o otorrino.

No nariz

Em casos de objetos no nariz, tampe uma narina e peça para a pessoa assoar com força pela outra
shutterstock/Reprodução
Em casos de objetos no nariz, tampe uma narina e peça para a pessoa assoar com força pela outra

A obstrução desse local é mais frequente em crianças, que acabam inserindo tudo o que tiver por perto nas vias aéreas, como grãos de feijão, sementes, peças de brinquedos ou outros materiais.

“Como o nariz dos pequenos é menor do que o do adulto, o inchaço logo aparece quando há algum material estranho por lá”, comenta o médico.

Para tentar resolver em casa, peça para a criança respirar somente pela boca. Dessa forma, com a respiração controlada, comprima com o dedo a narina sem obstrução e a faça assoar -sem forçar - pela narina fechada. Se o objeto não for expulso, é necessário procurar um pronto atendimento.

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