Vacina contra febre amarela continua disponível pelo SUS em áreas onde casos da doença foram registrados
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Vacina contra febre amarela continua disponível pelo SUS em áreas onde casos da doença foram registrados

Depois da divulgação do resultado da pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que descobriu mutações genéticas jamais encontradas no vírus da febre amarela em todo o mundo, muitas pessoas se preocuparam com a proteção que já está em voga, distribuída pelo Sistema Único de Saúde, com ênfase nas regiões onde já foram registrados casos da doença.

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Mas, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, deixou claro que a população deve ficar despreocupada, pois a proteção contra a febre amarela pela vacina continua garantida. Porém, com os resultados encontrados no estudo, algumas adaptações poderão ser feitas. “Os resultados apontam que nossa vacina continua eficaz para esse vírus que sofreu a mutação. Evidentemente, vamos avaliar isso e ver se podemos fazer alguma melhoria que seja necessária”, esclareceu o ministro. Segundo ele, a Fiocruz irá fazer o acompanhamento técnico deste caso.

A pasta ainda tem em estoque milhões de doses da imunização, que deverão ser destinadas à áreas que antes não tinham a cobertura da vacina por não fazerem parte dos locais de risco, mas que receberão em breve, com o intuito de evitar um novo surto no próximo ano.

Anteriormente, a chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do IOC, que foi uma das coordenadoras do estudo, Myrna Bonaldo, já havia se manifestado sobre a possibilidade de a descoberta comprometer a eficácia da vacina. “Não muda. É uma vacina que já está sendo administrada há 80 anos e que é muito eficaz”, esclareceu ela, completando que a alteração não está ocorrendo na principal proteína viral que são as proteínas da parte exterior do vírus e, por isso, não deve tornar o vírus menos imunogênico ou não.

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Alteração genética

Com os primeiros sequenciamentos completos do genoma de amostras de dois macacos que haviam sido vítimas da doença no início do ano, no Espírito Santo, cientistas da Fiocruz puderam identificar oito tipos de mutações genéticas no vírus da doença.

Os estudos mostraram que os microrganismos pertencem ao subtipo genético conhecido como linhagem Sul Americana 1E, que segundo o IOC, é predominante no Brasil desde 2008.

Apesar de os pesquisadores afirmarem que ainda é preciso novos estudos para saber o que essa informação pode causar à saúde pública, foi comprovado que o surto que o país viveu desta última vez contou com um vírus da febre amarela diferente dos que já foram estudados no mundo todo, com alterações associadas a proteínas envolvidas na replicação viral.

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*Com informações da Agência Brasil

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