Tecnologia diminui uso de fármacos e é capaz de reduzir efeitos da quimioterapia como vômitos, náuseas e perda de cabelo
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Tecnologia diminui uso de fármacos e é capaz de reduzir efeitos da quimioterapia como vômitos, náuseas e perda de cabelo

O Instituto de Química da Unicamp apresentou nesta sexta-feira (26), uma tecnologia desenvolvida em escala laboratorial que promete reduzir os efeitos colaterais causados pelas quimioterapias.

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Em parceria com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), a patente esteve em destaque durante o Pharma Meeting Brazil 2017, em São Paulo como uma opção de novidade à quimioterapia menos agressiva para empresas farmacêuticas e da área da saúde.

A técnica consiste em um processo de obtenção de nanopartículas de sílica peguiladas carreadoras de fármacos hidrofóbicos. Isso significa que faz referência a um procedimento da nanomedicina para conduzir o fármaco, usado em tratamentos oncológicos, até as células cancerígenas presentes no paciente.

Novidade

O doutorando Leandro Carneiro Fonseca, um dos autores da patente, explicou à Agência de Inovação Inova Unicamp que os fármacos usados atualmente no tratamento quimioterápico precisam ser usados em uma dosagem bem alta, já que eles são insolúveis em água e o sangue é um fluído aquoso, e só conseguem atingir a célula tratada com uma quantidade excessiva de fármacos.

No entanto, a tecnologia desenvolvida por ele e outros pesquisadores, permite que o fármaco seja encapsulado, o que permite ser usado em menor quantidade, já que se tratam de nanopartículas de sílica, que faz com que esse processo de transporte intravenoso até a célula seja mais eficaz.

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“De uma maneira muito simplória, apenas para ilustrar, é como se a nanopartícula de sílica fosse um carro que transporta de maneira mais eficiente o fármaco até a célula sem que haja um desperdício do mesmo no percurso. Isso ocorre pois o nanocarro é solúvel no sangue e seu interior, onde o fármaco está contido, é hidrofóbico, permitindo a elevada retenção do quimioterápico. Dessa forma, é usada uma menor quantidade de fármaco, justamente porque a substância chega na quantidade adequada para o tratamento”, explica o pesquisador.

Dessa forma, sem solventes tóxicos os efeitos colaterais no tratamento do câncer são mais brandos e podem diminuir as náuseas, vômitos, perda de cabelo e outros incômodos.

O fato de as nanopartículas serem peguilhadas também é outro ponto interessante. Isso significa que elas possuem polietilenoglicol envolvendo-as, que desvia das células brancas, responsáveis por atacar corpos estranhos no sangue – como as nanopartículas.

“O uso desse polímero permite que as nanopartículas consigam desviar dessas células, aumentando a probabilidade de não serem detectadas e, consequentemente, podendo circular por mais tempo no sangue otimizando-se as chances de acesso às células cancerígenas”, explica Fonseca.

Apenas neste ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que quase 600 mil novos casos de câncer foram registrados no Brasil. Entre os tipos mais comuns, e que necessitam de quimioterapia estão o de mama, cólon e reto, e colo do útero, nas mulheres. Já nos homens os tumores atingem a próstata, traqueia, brônquio e pulmão, e cólon e reto.

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