Entre os países da América Larina que aprovam o uso da maconha estão Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile
Will Cox/ Georgia Army National Guard
Entre os países da América Larina que aprovam o uso da maconha estão Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile

A briga entre ativistas e governos sobre os benefícios da maconha para a saúde humana é antiga e global. Aos que buscam pela liberação da erva se baseiam em diversos estudos que já mostraram que a droga pode ser eficaz no tratamento de algumas doenças.

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No entanto, segundo alguns cientistas da Universidade do Estado da Georgia, nos Estados Unidos, ainda existem alguns riscos que precisam ser levados em conta na hora de fazer o uso indiscriminado da maconha .

Para os pesquisadores, usuários da cannabis podem ter até três vezes mais chances de morrer de hipertensão arterial. E o risco é gradativo, ou seja, fica ainda maior a cada ano de uso da droga, ainda que seja utilizada de maneira recreativa.

Contrariando o argumento de muitos ativistas, os resultados da análise apontam que o uso da erva é mais perigoso para a saúde do coração do que os cigarros comuns. "É importante estabelecer se os benefícios para a saúde superam os riscos", alertou a principal autora do estudo, Barbara Yankey.

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Processo de pesquisa

Até chegarem a essa conclusão, os cientistas analisaram 1.213 pessoas, com 20 anos ou mais, que estavam envolvidas em uma Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição.

Entre 2005 e 2006, os participantes do estudo foram perguntados se alguma vez usaram maconha e, para quem respondia positivamente, quantos anos eles tinham quando começaram. Também foram coletadas informações sobre o uso de cigarros.

Estes dados foram mesclados com estatísticas de mortalidade do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA. Ao cruzarem as informações, foi possível constatar que os usuários da droga têm um risco 3,42 vezes maior de morte relacionada à pressão arterial do que os outros, e as chances aumentam em 1,04 vezes por ano de consumo de cannabis .

"A maconha estimula o sistema nervoso simpático, levando a aumentos na frequência cardíaca, pressão sanguínea e demanda de oxigênio”, explicou Yankey.

"Encontramos maiores riscos cardiovasculares estimados associados ao uso de maconha do que o tabagismo, o que indica que o uso da erva pode ter consequências ainda mais pesadas no sistema cardiovascular do que o já estabelecido para o tabagismo”, ressaltou a pesquisadora. No entanto, nenhuma relação entre o uso de cannabis e morte por doença cardíaca foi encontrada.

As descobertas foram publicadas no European Journal of Preventive Cardiology.

Os especialistas acreditam que a descoberta pode ter implicações particulares nos EUA, onde oito estados legalizaram a maconha - incluindo o Alasca, a Califórnia e o Colorado -, e outros pensam em adotar as mesmas medidas.

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