Homens têm mais ataques cardíacos do que mulheres, mas as chances delas morrerem após o  primeiro infarto é maior
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Homens têm mais ataques cardíacos do que mulheres, mas as chances delas morrerem após o primeiro infarto é maior

Uma nova pesquisa realizada pela Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, constatou que as mulheres têm 50% a mais de chances de morrer no ano seguinte depois de sofrer ataques cardíacos do que os homens - e a mais provável explicação está ligada a fatores sociais.

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Segundo o estudo publicado pela revista científica PLoS One, há duas possíveis respostas para essa diferença. A primeira, e principal justificativa de acordo com os autores da análise, pode estar relacionada ao estresse que as mulheres passam para retomarem suas vidas ao normal após ataques cardíacos .

Cientistas alemães defendem que a intensa pressão exercida sobre as mulheres para retomarem à rotina e voltarem a fazer malabarismos entre carreiras e filhos colaboram muito para que o quadro de saúde se agrave e complicações voltem a acontecer.

Outra possibilidade poderia ser porque elas sofrem infartos "diferentes", e tendem a estar mais velhas quando eles acontecem - o que as deixa mais vulneráveis. "Na vida cotidiana, as mulheres muitas vezes enfrentam expectativas diferentes após um ataque cardíaco do que os homens”, afirma um dos cardiologistas envolvidos no estudo, o professor Georg Schmidt.

Segundo Schmidt, a sociedade espera que elas voltem à rotina mais cedo do que os homens, o que significa que elas estão sujeitos a ”maiores estresses".

Para realizar o estudo, médicos avaliaram mais de 4 mil pessoas durante cinco anos. Eles descobriram que as mulheres mais chances de morrer do que os homens nos primeiros 365 dias após o ataque cardíaco. Porém, ao ajustar a idade, outras condições e tipo de tratamento, não foram observadas diferenças de gênero.

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Mulheres sofrem menos ataques cardíacos

Estatisticamente, os infartos acontecem mais em homens do que mulheres. No Reino Unido, por exemplo, menos de 70 mil mulheres sofrem com pelo menos um episódio desse tipo por ano. Já em comparação com os homens, esse número sobe para quase 120 mil casos.

No entanto, não é novidade que as mulheres sofrem mais com a condição do que os homens. Outros estudos já apontaram que isso se deve porque as pacientes do sexo feminino tendem a ser mais idosas quando lidam com infartos e são mais propensas a ter condições que aumentam as chances de isso acontecer, como diabetes.

Outro motivo sugerido é que os ataques cardíacos nas mulheres são menos propensos a ser desencadeados pelo estreitamento dos vasos sanguíneos - o que pode ser ampliado com bastante facilidade. Em vez disso, eles sofrem com mais frequência da doença arterial coronária difusa. Nestes casos, os procedimentos locais de ablação têm menos chances de sucesso.

E elas geralmente têm sintomas atípicos e vagos, como dor nas costas ou maxilares e náuseas – e não a famosa dor torácica, considerada o principal sinal de um ataque cardíaco.

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