Ministro da Saúde, Ricardo Barros, fala sobre as estratégias usadas para aumentar o diagnóstico e prevenção da sífilis
Marcello Casal JR/ABr
Ministro da Saúde, Ricardo Barros, fala sobre as estratégias usadas para aumentar o diagnóstico e prevenção da sífilis

No último ano, os casos de sífilis no Brasil aumentaram 27,9%, conforme informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (31). Segundo a pasta, foram registrados mais de 87 mil casos da condição entre 2015 e 2016. Essa e outras informações foram divulgadas no Boletim Epidemiológico de 2017.

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O dado engloba todos os tipos de sífilis : em adultos, em gestantes e congênita – em bebês. A taxa de detecção no país fica em 42,5 casos por 100 mil habitantes. Porém, esse número deve aumentar, já que o Ministério da Saúde espera que sejam esperados ao menos 94 mil casos neste ano.

Para conter o avanço da condição, que é um tipo de doença sexualmente transmissível (DST), o Governo Federal irá intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, serão investidos R$ 200 milhões para realizar estratégias que fazem parte da medida “Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção”, que foca na redução dos casos congênitos.

Desde 2014, com o desabastecimento de penicilina – antibiótico usado no tratamento da doença – a epidemia estava ganhando força. No entanto, apesar dos resultados longe do ideal, essa é a primeira vez que o surto vem se desacelerando.

“Garantimos o abastecimento dos municípios com a penicilina e ampliamos também a oferta dos testes. Mas ainda é necessária uma mudança no comportamento dos profissionais de saúde e também da população”, declarou Barros.

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Gestantes e bebês

Ao considerar apenas as grávidas , a doença esteve mais presente no último ano. Entre 2015 e 2016 foi possível notar um crescimento de 14,7% nos casos. A taxa de detecção da DST foi de 12,4 casos a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 37.436 casos da doença.

A sífilis congênita também aumentou 4,7% em um ano. Em 2016, foram notificados 20.474 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,8 por 1.000 nascidos vivos. Esse índice está bastante acima do que o esperado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê taxa de detecção igual ou menos a 0,5 para que a DST seja eliminada.

A boa notícia é que foi possível detectar que 37% das mulheres grávidas com sífilis conseguiram receber o diagnóstico precocemente, número maior do que em 2015, quando a porcentagem foi de 32,2%.

“Isso quer dizer que estamos conseguindo chamar os parceiros sexuais das gestantes para a testagem e para o tratamento, e que a população adulta está buscando os serviços de saúde para fazer o teste. Então essa questão de aumento quer dizer que a cobertura da testagem está aumentando. A gente espera que, assim, por consequência, haja uma redução da sífilis congênita”, avaliou a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Adele Benzaken.

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