De acordo com o médico, outros profissionais viram quando Bramhall gravou suas iniciais nos fígados dos pacientes
shutterstock
De acordo com o médico, outros profissionais viram quando Bramhall gravou suas iniciais nos fígados dos pacientes

O médico do Reino Unido Simon Bramhall confessou nesta quarta-feira (13) que gravou suas próprias iniciais, as letras “S” e “B”, no fígado de dois pacientes enquanto realizava transplantes. O cirurgião britânico, de 53 anos, foi condenado por ter cometido crimes de agressão aos órgãos e aos próprios pacientes. Ele ainda chegou a negar outras duas acusações por agressão, que haviam sido solicitadas pelo Ministério Público.

Leia também: Bebê nasce com coração fora do peito, passa por cirurgias e supera expectativas

De acordo com o médico, foi utilizado um laser de gás argônio coagulador para selar os vasos sanguíneos e marcar as  iniciais nos órgãos. Tudo foi feito na presença de outros colegas. O caso aconteceu em agosto de 2013, no Hospital Quenn Elizabeth, em Birmingham, no Reino Unido.

Apesar de não causarem nenhum dano aos pacientes e, geralmente, desaparecer sozinhas, as marcar foram encontradas por um outro cirurgião, que precisou operar um dos pacientes pouco tempo depois. O caso foi denunciado pelo colega de profissão.

Bramhall precisou deixar seu cargo no Hospital Quenn Elizabeth em 2014. Na época, ele já havia sido suspenso e recebeu algumas punições ainda em 2013, mas depois acabou pedindo demissão do local onde trabalhou por 12 anos.

Leia também: Cientistas criam droga que pode ajudar no tratamento da doença de Huntington

Sentença

O episódio foi classificado pelo promotor Tony Badenoch como “sem precedentes legais em direito penal”. Segundo ele, as letras foram “uma aplicação intencional de uso ilegal da força enquanto os pacientes estavam anestesiados”. De acordo com sua sentença, o caso foi um abuso de autoridade de Bramhall na posição que ocupa, como profissional da saúde.

“Suas ações marcando os fígados nesses pacientes, de maneira totalmente desnecessária, foram atos deliberados e conscientes”, declarou a promotora Elizabeth Reid. “Esses ataques foram um erro, não só do ponto de vista ético, mas também penal. Foi um abuso da confiança que seus pacientes haviam depositado nele”.

Para conseguir ser liberado, Bramhall deverá pagar fiança. A decisão oficial da Justiça deverá ser emitida apenas em 12 de janeiro de 2018.

Leia também: Justiça proíbe enfermeiros de prescrever remédios e requisitar exames

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!