A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o vício em jogos de videogame como um distúrbio mental. Essa é a primeira vez que a condição está sendo incluída como uma doença pela entidade.
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Adicionada na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID) com o nome de “distúrbio de games ”, o documento descreve o problema como padrão de comportamento frequente ou persistente de vício em games, tão grave que leva “a preferir os jogos a qualquer outro interesse na vida”.
A CID mais recente foi finalizada em 1992, e neste ano, será produzida uma nova versão do guia, que contém códigos para as doenças, sinais ou sintomas. O documento é utilizado como uma fonte de consulta por médicos e pesquisadores para rastrear e diagnosticar enfermidades.
O novo guia terá sugestões de como é o comportamento de uma pessoa que é viciada em jogos de videogame e computador, e recomenda a observação do paciente por mais de 12 meses para um diagnóstico completo. No entanto, esse período poderá ser diminuído caso os sintomas sejam muito graves.
Os sintomas são:
- Não ter controle de frequência, intensidade e duração com que joga videogame;
- Priorizar jogar videogame a outras atividades;
- Continuar ou aumentar ainda mais a frequência com que joga videogame, mesmo após ter tido consequências negativas desse hábito.
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Mundo
Países como o Reino Unido, por exemplo, já haviam identificado a condição como um problema importante para a saúde pública , com clínicas especializadas no tratamento do vício em games.
A Coreia do Sul já possui lei que proíbe o uso de games por pessoas menores de 18 anos entre meia noite e seis da manhã. No Japão, os jogadores recebem advertência se passarem de uma certa quantidade de horas mensais entretidos com os games. Na China, uma empresa de tecnologia determina até quantas horas que uma criança pode jogar.
Já nos Estados Unidos, o Manual de Estatísticas e Diagnósticos de Distúrbios Mentais (DSM, na sigla em inglês) considerava o distúrbio relacionado a games e videogames uma “condição a ser estudada”, sem reconhecê-la oficialmente.
Recentemente, um estudo feito na Universidade de Oxford, na Inglaterra, apontou que o fato de uma criança passar muito tempo na frente das telas jogando videogames não significa, necessariamente, que há o risco de vício.
Isso porque os pesquisadores verificaram que, assim como os adultos, elas usam a tecnologia digital ao longo do dia, enquanto realizam outras tarefas, não chegando ao ponto de abdicarem de outras atividades.
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