Desde o dia 1º de julho de 2017 até agora, o Ministério da Saúde já registrou 213 casos de febre amarela no país, sendo que 81 deles resultaram em morte. Ao todo, a pasta recebeu a notificação de 1.080 casos suspeitos. Destes, 432 foram descartados e 435 estão sendo investigados.
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Os dados foram informados nesta terça-feira (30), e são menos alarmantes, comparados ao mesmo período do ano passado, quando de julho de 2016 a 30 de janeiro de 2017 já haviam sido confirmados 468 casos de febre amarela e 147 óbitos.
Os informes sobre a condição seguem a sazonalidade da doença, que geralmente acontece no verão. A circulação do vírus em áreas mais amplas do que vinha sendo observado nos anos anteriores – incluindo cidades com maior concentração de pessoas – tem gerado preocupação na população e busca por vacina em postos de saúde. Por isso, o governo federal decidiu a antecipar a campanha de imunização, com doses fracionadas, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Para viabilizar ações de combate à doença, a pasta se comprometeu a encaminhar aos estados R$ 54 milhões. Do total, já foram repassados R$ 15,8 milhões para São Paulo e R$ 30 milhões para Rio de Janeiro, onde na segunda-feira (29), o número de mortes pela doença chegou a nove, conforme informou a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde.
Tira-dúvidas
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O que é febre amarela?
É uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, provocada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre , quando há transmissão em área rural ou de floresta, e urbano .
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Qual diferença entre febre amarela silvestre e urbana?
A Sociedade Brasileira de Dengue/Arboviroses (SBD-A) esclarece que os fatores que diferenciam as duas formas da doença são o local geográfico e o gênero do mosquito transmissor.
No ambiente urbano, o mosquito Aedes aegypti é o responsável pela transmissão da doença ao picar o indivíduo. Já nas regiões de mata, há diversas espécies diferentes de mosquitos responsáveis pela transmissão, sendo os principais os dos gêneros Haemagogus e Sabethes . É importante ressaltar que todos os casos registrados desde 1942 no Brasil até o momento foram do tipo silvestre.
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Como funciona a vacina?
Ao receber a imunização a produção de uma resposta imune é estimulada, resultando na defesa necessária contra a doença. A partir do 10º dia da administração da vacina, o organismo do indivíduo consegue fazer a detecção de anticorpos neutralizantes em 90% dos vacinados. O efeito protetor fica garantido em 99% das pessoas que receberam a dose somente após quatro semanas da vacinação.
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Quem deve se vacinar?
O Ministério da Saúde recomenda a vacinação em residentes da Área com Recomendação de Vacina e em viajantes que se deslocam para essas áreas, com pelo menos, 10 dias de antecedência em relação à data da viagem.
Receberão a vacina crianças a partir de 9 meses de idade até adultos com 59 anos de idade. Pessoas com 60 anos de idade ou mais só devem receber a dose se residirem ou forem se deslocar para áreas com transmissão ativa de febre amarela.
Pessoas deste grupo etário deverão ser avaliadas antes da realização da vacinação. Gestantes (em qualquer idade gestacional) e mulheres amamentando só devem ser vacinadas se residirem em local próximo ao que ocorreu a confirmação de circulação do vírus (presença da doença em animais, em humanos e presença de vetores na área afetada).
Mulheres que estiverem amamentando, caso tenham que ser vacinadas, recomenda-se suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação, nos casos de lactentes menores de 6 meses de idade. A idade mínima para vacinação fica sendo a de 9 meses de idade.
“Enfatizamos que, de acordo com as novas recomendações, as pessoas que já receberam uma dose da vacina anteriormente são consideradas vacinadas, não havendo necessidade de novas doses”, informa a SBD-A.
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Quem não pode se vacinar?
Pessoas com histórico de reação anafilática - reação alérgica grave e imediata -, relacionada a substâncias presentes na vacina, como ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina, etc.
Bebês com idade abaixo de 6 meses.
Pessoas com doenças que comprometam a imunidade, como infecção por HIV sintomática, disfunções do timo associadas com função imune alterada, Imunodeficiências primárias, câncer, pacientes em terapêutica imunodepressora: quimioterapia, radioterapia, corticóide em doses elevadas.
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Quais são os locais identificados como área de risco?
No Brasil, a vacinação é recomendada para as pessoas que residem ou que se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacinação.
No entanto, as áreas consideradas de maior risco de exposição são os locais de matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural que, em geral, abriga vírus, hospedeiros e vetores naturalmente, aumentado o risco de exposição ao ciclo natural da doença.
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Qual a diferença entre dose fracionada e dose padrão?
O Ministério da Saúde afirmou que a dose fracionada tem mostrado a mesma proteção que a dose padrão. Segundo a pasta, a única diferença está no volume: a dose padrão tem 0,5 Ml, enquanto a dose fracionada tem 0,1 Ml. É isso que faz com que o tempo de duração da proteção seja diferente.
Atualmente, o Ministério da Saúde utiliza a dose padrão da vacina de febre amarela. Porém, em alguns estados serão adotadas as doses fracionadas, que representam 1/5 da dose padrão. Um frasco com 5 doses da vacina de febre amarela, por exemplo, pode vacinar 25 pessoas e um frasco com 10 doses pode vacinar 50 pessoas.
No início de janeiro deste ano o Ministério da Saúde anunciou que entre fevereiro e março 75 municípios de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia irão adotar campanhas de vacinação contra a febre amarela com doses fracionadas . A decisão, segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, foi tomada mediante recomendação e autorização da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Por quanto tempo a vacina fracionada protege? E a dose padrão?
A dose padrão protege por toda a vida, enquanto a dose fracionada protege por pelo menos oito anos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz).
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Quem já tomou a vacina contra a febre amarela deve se vacinar novamente?
Não. Uma dose já é o suficiente para proteger por toda a vida. Mesmo quem tomou uma dose há mais de dez anos e foi orientado a tomar uma dose de reforço depois desse período.
O Ministério da Saúde esclarece que desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Apenas crianças de 9 meses a 5 anos de idade que já receberam a dose devem receber o reforço após os 5 anos.