Até então, médicos acreditavam que as células do coração eram danificadas pelas drogas tóxicas usadas no combate ao câncer de mama
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Até então, médicos acreditavam que as células do coração eram danificadas pelas drogas tóxicas usadas no combate ao câncer de mama

Pacientes com câncer de mama não precisam mais se preocupar com o risco aumentado de morte por doenças cardíacas. Um estudo verificou que fazer quimioterapias e radioterapias não aumentam as chances de óbito por condições cardíacas em pessoas com esse tipo de câncer.

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Há muito tempo teme-se que as células do coração sejam danificadas pelas drogas tóxicas usadas para explodir os tumores de câncer de mama . A radioterapia na mama esquerda é uma preocupação especial, pois se trata da mesma região do corpo em que está localizado o coração.

Porém, um trabalho científico com quase 350 mil mulheres descobriu que pacientes com câncer de mama que recebem quimioterapia e tratamento com radiação não estão mais expostos ao risco de morte por doença cardíaca do que a população em geral.

Para os autores do estudo, pode ser que o tratamento tenha se tornado mais preciso, de modo que as células do coração tenham menor probabilidade de serem danificadas pelo câncer de mama.

Ou ainda, os médicos podem simplesmente estar mais conscientes dessa ameaça do que antes, e  realizam mais exames para problemas cardíacos em pacientes com câncer de mama antes de submetê-los aos procedimentos terapêuticos.

Riscos

"Historicamente, altas doses de algumas drogas quimioterápicas usadas para tratar mulheres com câncer de mama estavam associadas ao aumento da produção de uma enzima relacionada à insuficiência cardíaca", explica Philippa Hobson, enfermeira cardíaca sênior da Fundação Britânica do Coração.

Contudo, a enfermeira explica que antes do diagnóstico, algumas dessas mulheres já poderiam ter doença cardíaca coronária não detectada, o que aumentaria o risco de ataque cardíaco e consequentemente de insuficiência cardíaca.

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"No passado, pode ter aparecido que havia uma conexão entre os tratamentos para câncer de mama e doença cardíaca, mas é reconfortante descobrir que este não é o caso", conclui Hobson.

Diversos ensaios clínicos sugeriram que tanto a quimioterapia quanto a radioterapia estariam associadas a um risco maior de desenvolver doenças cardíacas. Pouco se sabia sobre os riscos de morrer por essas enfermidades.

"No começo, também ficamos surpresos com esse resultado. Mas nós assumimos que nosso estudo aponta para um quadro mais realista da situação do tratamento do que os ensaios clínicos”, destaca a principal autora do estudo, Janick Weberpals, do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer.

Resultado satisfatório

O fato é que o resultado foi considerado muito positivo para o tratamento do câncer de mama, como afirmou o Dr. Hermann Brenner, do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer, um dos líderes da pesquisa.

"É particularmente boa notícia para o grande número de pacientes afetados que, se estiverem em boa assistência médica e tiverem sobrevivido ao câncer de mama, não precisam se preocupar mais com doenças cardíacas mortais do que as mulheres da mesma idade sem esse tipo de câncer".

O maior estudo desse tipo avaliou dados de mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama entre 2000 e 2011 nos Estados Unidos, e subsequentemente receberam tratamento por radioterapia ou quimioterapia. Para ambos os tratamentos, eles não encontraram aumento no risco de morte por doença cardíaca.

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