Os uso de cigarros eletrônicos é assunto frequente nos últimos meses. Popular nos Estados Unidos e com enorme venda clandestina no Brasil, os chamados vapes estão relacionados a seis mortes e mais de 450 internações notificadas nos EUA. Por aqui, os primeiros casos de doença pulmonar reforçam o alerta: o vape pode ser letal. Saiba mais sobre o dispositivo e os riscos que ele oferece. 

Conhecido como vape, mercado dos cigarros eletrônicos cresce no Brasil
Yago Sales/IG
Conhecido como vape, mercado dos cigarros eletrônicos cresce no Brasil

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"O maior risco é o fato de que a maioria dos jovens ainda não entende que o cigarro eletrônico é perigoso”, afirmou a pneumologista norte-americana Melodi Pizarda em entrevista ao Fantástico, veiculada no último domingo (15). Com cerca de 2 milhões de jovens em idade escolar que fazem uso dos cigarros eletrônicos, o governo norte-americano trata o hábito como uma epidemia. 

Por ser um produto utilizado há muitos anos que só agora apresenta casos de doenças relacionadas ao seu uso, a principal suspeita é de que haja uma nova substância entre as inaladas com o vape. Até o momento, as entidades acreditam que seja o acetato de vitamina E, muito usado em essências - ou juices - de THC

“O acetato é um óleo que, quando aquecido, assume a forma de vapor. Após inalado, porém, ele resfria ao chegar nos pulmões e condensa, o que prejudica o funcionamento do órgão”, explica Pizarda. 

Os sintomas da inflamação pulmonar envolvem febre alta, fadiga, tosse, dores abdominais, náusea e vômitos. No primeiro momento, a doença é facilmente confundida com uma pneumonia bacteriana. 

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Por enquanto, as entidades de saúde dos Estados Unidos recomendam que todas as pessoas suspendam o uso dos vaporizadores, independente da “essência” utilizada. O país também discute banir permanentemente o dispositivo, que já foi utilizado pelo menos uma vez por 75% dos adolescentes  nos EUA, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). 


No Brasil, mercado clandestino multiplica os riscos 

Apesar de recentemente ter aberto espaço para um possível liberação, o Brasil ainda proíbe  a venda dos vapes desde 2009. A determinação da Anvisa, porém, não impede o mercado clandestino, de fácil acesso tanto pela internet quanto nas ruas das grandes cidades, onde o vape costuma aparecer como uma alternativa menos prejudicial que os cigarros tradicionais. 

Na semana passada, o país registrou o primeiro caso de internação relacionada ao dispositivo. Diagnosticado com uma inflamação pulmonar , o publicitário Pedro Ivo, de 29 anos, precisou ser submetido a uma cirurgia por vídeo e a colocação de um dreno por conta de um derrame de líquido na pleura, membrana que recobre o pulmão.

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Após a recuperação, Pedro alertou os amigos em um post no Instagram . “Me embalei nessa onda social quase por um descuido pautado em "tendências" ... Parei não por conta própria e sim porque essa mesma vida me ligou um sinal vermelho e disse: CHEGA! Obedeci. Um pouco tarde, mas ainda em tempo”, disse. 

De acordo com a médica oncologista Lara Fonseca, a falta de regulação do  vape no Brasil pode permitir a entrada de substâncias ainda mais nocivas à saúde. “Assim como acontece com a maioria das drogas ilícitas, a falta de conhecimento sobre quais substâncias químicas são inaladas dificulta o diagnóstico e pode tornar o tratamento quase impossível”, diz. 


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