Na terça-feira (17), a China divulgou uma boa notícia na luta contra a pandemia de coronavírus: o país asiático informou que o primeiro protótipo contra o vírus SARS-CoV-2 - causador do Covid-19 - está pronto para os testes clínicos em humanos. O projeto foi desenvolvido pela farmacêutica CanSino Biologics em colaboração com a Academia Militar de Ciências Médicas.

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Vacinas contra o coronavírus já estão em fase de testes na China e nos EUA

Além da China, os Estados Unidos também dizem estar avançado na produção da vacina e confirmou a fase clínica um dia antes. Lá, a empresa de biotecnologia Moderna investiu em um método diferente do chinês, conhecido como RNA mensageiro (RNAm), que copia o código genético do coronavírus . A notícia ruim é que, até o momento, nenhuma vacina com essa fórmula foi aprovada para uso em seres humanos. 

Embora a China e os EUA sejam os países mais avançados na corrida, pelo menos outras 20 empresas do ramo farmacêutico e grupos de pesquisas científicas investem no mesmo caminho. No Brasil, o Instituto do Coração (Incor) lidera uma pesquisa financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para desenvolver o medicamento. 

Aqui, a técnica escolhida se baseia no uso de partículas semelhantes a vírus (VLPs, na sigla em inglês de "virus like particles") — para que sejam facilmente reconhecidas pelas células do sistema imunológico . Desta forma, as VLP são introduzidas no sistema imunológico junto com os antígenos - que fazem com que o sistema imunológico produza anticorpos - para uma resposta contra o vírus.

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Na Alemanha, o laboratório CureVac - que trabalha com a técnica de vacinas em baixa dose com o objetivo de investir, mais tarde, na produção em massa - se destaca nas pesquisas. Há três dias, porém, a empresa envolveu-se em uma polêmica quando o governo alemão acusou o presidente norte-americano Donald Trump de orquestrar uma ação para se apropriar com exclusividade do projeto. A CureVac negou a crise ao afirmar que jamais recebeu qualquer oferta dos Estados Unidos. 

Apesar no engajamento de todos os profissionais da área pelo mesmo objetivo, é importante alertar que a produção e aprovação de vacinas pode levar tempo. Em entrevista prévia ao iG, o infectologista David Uip, que coordena o comitê contra o Covid-19 em São Paulo, afirmou que “as vacinas não devem chegar em menos de um ano”. Até lá, as ações seguem focadas na prevenção: cartilhas educativas e checagem de informações para a população estão entre as prioridades do governo, pelo menos no Brasil. 

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“O fato de existirem não significa que estejam disponíveis”, alertou Fernando Simón, diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias, em coletiva de imprensa sobre o coronavírus no início desta semana. “As vacinas em andamento estão em seus estágios iniciais, algumas são promissoras, mas precisam ser eficazes e seguras, e haver capacidade de produção suficiente para atender às necessidades globais, por isso será um longo período”, disse. 

No Brasil, a transmissão do novo coronavírus já possui o status comunitário em alguns estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Até o momento, existem mais de 600 casos no país e pelo menos sete mortes confirmadas. 


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