Reitor da UFPel Pedro Hallal
Alan Santos/PR
Reitor da UFPel e coordenador geral da Epicovid19-BR Pedro Hallal

Universidade Federal de Pelotas (UFPel) anunciou nesta quarta-feira (5) que a Epicovid19-BR, o maior estudo nacional sobre a proliferação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), vai continuar com investimento privado depois de  não ter o seu financiamento renovado com o Ministério da Saúde no final de julho.

A pesquisa foi realizada em três fases pela universidade e, agora, a quarta etapa será financiada por um fundo criado pelo Itaú Unibanco para auxiliar o combate à Covid-19 no Brasil.

O montante custeará mais três nova fase do estudo e é R$ 11,5 milhões. Em 21 de julho, os trabalhos haviam sido suspensos após o Ministério da Saúde ter cancelado o financiamento.

Segundo a UFPel, esta nova etapa de entrevistas e testes rápidos ocorrerá entre os dias 20 e 23 de agosto em 133 cidades de todos os estados do Brasil. O quarto estágio vai seguir a mesma metodologia dos três anteriores.

Para coletar essas informações, aproximadamente dois mil entrevistadores vão voltar a visitar os lares brasileiros para realizar testes rápidos e entrevistas, com 250 moradores em cada município, totalizando 33.250 participantes.

Nas três primeiras etapas, realizadas entre maio e junho, foram quase 90 mil pessoas entrevistadas. O último resultado indicou que 3,8% dos brasileiros têm ou já foram infectados pelo novo coronavírus.

O levantamento apontou ainda que o número real de casos é seis vezes maior do que o de casos notificados. De cada cem infectados, um vai a óbito.

"Nossa prioridade é seguir fazendo ciência e fornecendo informações para a sociedade brasileira, independentemente das dificuldades. O povo brasileiro precisa do Epicovid19, e, por isso, fico muito feliz em anunciar que seguiremos com a pesquisa", afirmou o coordenador geral do estudo, Pedro Hallal, ao jornal O Estado de São Paulo .

Ministério da Saúde cancelou pesquisa

No fim de julho, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, confirmou o fim do convênio da pesquisa nacional. Eram necessários mais R$ 4 milhões do governo federal para financiar o estudo.

Após o fim das três fases, Pazuello considerou a análise "muito boa", mas alegou que o trabalho tinha caráter regional. "A pesquisa dessa forma ficou mais regionalizada e tivemos dificuldade de transferir o raciocínio para fazer uma triangulação das ideias para efeito de Brasil, como um todo. O Brasil é muito heterogêneo", disse o o general.

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