O tratamento contra Covid-19 com transfusão de plasma sanguíneo chamou atenção mundial após ser citado pelo presidente Donald Trump, que pressionou a FDA a autorizar uso emergencial do tratamento. No Brasil, o método está em testagem em ao menos 26 estudos.
Na última segunda-feira (24), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que acompanha os estudos clínicos. Até que algum chegue a um resultado seguro, o veredicto é de que a técnica ainda é inconclusiva para tratar a Covid-19.
Entre as instituições que realizam atualmente tratamentos experimentais contra Covid-19 com plasma estão os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, localizados em São Paulo. A primeira fase dos testes contou com 60 pacientes randomizados e já foi concluída.
Agora, o ensaio passa pela segunda fase, em que recebem a transfusão 60 pacientes que não tenham evoluído a quadro grave da Covid-19. Assim, os médicos esperam conseguir detectar se houve piora diante do método.
No mês de junho, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) também realizou o teste usando transfusão de plasma. O experimento dividiu 120 participantes em três grupos, e cada um recebeu um placebo, transfusão com maior quantidade de plasma e transfusão com menor quantidade de plasma.
A instituição afirmou que, apesar da segurança do método, ainda não há provas suficientes para afirmar que o tratamento possa, de fato, ser eficiente contra a Covid-19.
Apesar da técnica ser promissora e considerada segura pela ciência, os resultados ainda são inconclusivos. Além disso, o procedimento pode ser muito caro para ser viabilizado por alguns países.
Ao Estado de S.Paulo, o Albert Einstein afirmou que 30 transfusões tem custo de R$ 1,7 milhão.
Além do custo, também é preciso verificar o nível de anticorpos
presentes no material de transfusão com o método anti-HLA. Há ainda a possibilidade de a criação de anticorpos diante da transfusão de plasma sanguíneo seja insuficiente para combater a Covid-19.