Tempo seco e frio, característico do inverno, traz efeitos indesejados nesta época do ano
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Tempo seco e frio, característico do inverno, traz efeitos indesejados nesta época do ano

A chegada do inverno e as mudanças bruscas nas temperaturas fazem com que muitas pessoas sofram com os efeitos desta época do ano. A mistura do tempo seco com o frio pode trazer diversos danos à saúde, que variam de  gripes e resfriados até problemas de pele, por exemplo.

De acordo com a Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), além da baixa umidade, nesta estação há grande concentração de poluentes no ar, o que pode ser preocupante para pessoas que já sofrem com doenças respiratórias, fazendo com que também aumente a incidência de doenças alérgicas.

Além disso, o ar seco e frio favorece a proliferação de vírus . "As baixas temperaturas fazem com que as pessoas fiquem mais aglomeradas, o que facilita a transmissão de doenças respiratórias infecciosas, como gripes e resfriados", explica a médica.

Doenças mais comuns no inverno

No frio, as doenças respiratórias são as mais comuns, entre elas, as alérgicas — asma, rinossinusites e conjuntivite alérgica —, bem como as infecciosas — doenças respiratórias virais (gripes e resfriados) e bacterianas (sinusites e até pneumonias ).

No entanto, nesta época, algumas pessoas também podem sentir uma piora nas alergias e doenças de pele.

"As baixas temperaturas dos meses mais frios do ano e alguns hábitos nesta estação também afetam a pele", explica a Dra. Brianna Nicoletti, imunologista pela Universidade de São Paulo (USP). "Os fatores mais prejudiciais neste período são a baixa umidade relativa do ar e o aumento na temperatura dos banhos, fatores que ressecam ainda mais a pele dos pacientes."

De acordo com a médica, os indivíduos com alergias de pele normalmente já apresentam uma deficiência na barreira cutânea — que tem a função de manter a água do organismo —, ou seja, eles já perdem mais água do que o normal. Dessa forma, a especialista alerta que banhos quentes, principalmente durante o inverno, são altamente prejudiciais, uma vez que a água em altas temperaturas remove o óleo natural da pele, deixando-a mais ressecada e sem proteção.

Como evitar esses efeitos no corpo?

Durante o inverno, é importante manter a hidratação do corpo bebendo muita água. Segundo a Dra. Milena Cerezoli, pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo SP, alguns artifícios também podem ser usados para diminuir os efeitos do tempo seco, como umidificadores ou, de maneira mais improvisada, até mesmo um balde de água no ambiente, que já ajuda a melhorar a umidade do ar.

"A limpeza das narinas diariamente com soro fisiológico também contribui para evitar a piora de quadros de rinite e protege contra eventos de sinusite, pois retira todas as impurezas e micro-organismos filtrados pelos cílios, que são as estruturas de proteção presentes nas vias aéreas", afirma. "Para ressecamento dos olhos, também podemos usar de colírios de lágrimas artificiais."

Nos períodos de frio, especialmente para os portadores de doenças nas vias respiratórias, a médica alerta para evitar a exposição às baixas temperaturas sem uma proteção que ajude a aquecer e filtrar melhor o ar, como uma máscara .

Abaixo, veja algumas orientações para evitar doenças respiratórias no inverno, conforme a pneumologista:

  • Manter a respiração pelo nariz, pois as narinas aquecem e filtram o ar;
  • Preferir permanecer em ambientes arejados, evitando locais fechados e com excesso de pessoas;
  • Evitar fumar e ter contato com fumaças, poeiras, mofo e poluentes;
  • Manter a limpeza regular de cortinas, carpetes, travesseiros e toda roupa de cama, principalmente aqueles com doença respiratória prévia;
  • Evitar contato com pessoas resfriadas ou gripadas sem proteção adequada;
  • Realizar vacinação adequada para sua faixa etária e comorbidades (vacina de gripe, pneumonia, coronavírus e coqueluche);
  • Manter hidratação adequada, alimentação balanceada (rica em frutas e verduras) e exposição solar equilibrada.

Segundo Cerezoli, caso sintomas respiratórios já estejam sendo sentidos, como tosse, falta de ar, aperto, chiado ou dor no peito, coriza e dor de garganta, o ideal é procurar um médico. "Na presença desses sintomas no contexto atual, com grande número de casos de infecções virais, principalmente de Covid-19, um médico deve ser visitado para melhores orientações e definição diagnóstica."

Se houver apenas sensação de ressecamento nos olhos, pele e nas vias respiratórias, o paciente pode tentar aumentar a hidratação oral, fazer lavagem nasal, aplicar colírio de lágrima artificial e passar hidratantes corporais para amenizar os efeitos.

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** Letícia Moreira é jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. No Portal iG, trabalha nas editorias de Último Segundo e Saúde, cobrindo assuntos como cidades, educação, meio ambiente, política e internacional.

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