A gripe é uma doença causada pelo vírus influenza. É altamente contagiosa, infectando o trato respiratório (nariz, garganta, pulmões e ouvidos) e causando febre, calafrios, dores musculares e prostração – congestão nasal, ausência de febre e dor de cabeça é resfriado, e não gripe.
Mamíferos e aves podem ser infectados pelo vírus da gripe. A maioria dos que contraem gripe se recupera completamente dentro de duas semanas. Contudo, alguns indivíduos podem desenvolver complicações médicas graves e potencialmente fatais, como a pneumonia.
O vírus influenza geralmente é transmitido em surtos epidêmicos por meio de gotículas de secreção que chegam às vias respiratórias pelo ar. Ao atingir o núcleo das células, duplica-se, formando novos vírus que repetirão o processo no organismo. O vírus da gripe pessoas de todas as idades, embora se manifeste de forma mais severa em crianças pequenas, idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido, como portadores de doenças crônicas ou transplantados.
Pela sua capacidade de mutação, produzindo diferentes tipos e estirpes, um indivíduo nunca estará completamente imune à doença. Contudo, a vacinação – injeção de organismos inativos de diferentes cepas no músculo para induzir a resposta imune específica – oferece uma proteção considerável ou redução dos sintomas caso a infecção ocorra. Para isso, a imunização deverá ser realizada entre uma e quatro semanas antes.
Ao longo da História, pelo menos quatro epidemias de influenza foram desastrosas em termos de saúde pública. A mais letal foi a chamada gripe espanhola, que causou a morte de mais de 50 milhões de pessoas em todo o planeta com manifestações graves como hemorragias de membranas mucosas, sangramento dos ouvidos, pneumonia e complicações decorrentes de edemas no pulmão.
Em 2009, a Organização Mundial da Saúde mobilizou uma campanha agressiva de prevenção ao vírus influenza A H1N1 (primeiramente conhecido como “gripe suína”, por ser altamente contagiosa entre suínos), que ainda se alastra pelo mundo.
O vírus influenza pertence à família dos ortomixovirus e pode ser dividido em três tipos: A, B e C:
O tipo A é altamente variável. Isso significa que a cada década (em média) um novo subtipo é criado – a influenza A, por exemplo, é um subtipo que produziu, por sua vez, várias cepas de vírus, como as da gripe espanhola e da gripe suína (a gripe aviária é outro subtipo). Estas ramificações ocorrem quando há mutações nas proteínas de superfície do vírus. O sistema imunológico das pessoas não tem resposta pronta para a nova ameaça, sucumbindo à infecção. É neste momento que as grandes epidemias se alastram.
Os principais sintomas desencadeados pelo vírus influenza A são calafrios, dores de cabeça, tosse seca, dores musculares, fadiga e febre. Idade avançada, doenças cardiopulmonares, problemas de saúde crônicos e síndrome de Reye em crianças e adolescentes são fatores de risco para complicações, como a pneumonia. Antivirais podem ser usados para conter a replicação desses agentes infecciosos. Entretanto, a melhor forma de prevenir a influenza tipo A é por meio da imunização anual (novas vacinas combatem novas cepas do vírus).
A influenza tipo B só infecta seres humanos e alguns mamíferos aquáticos. Em função do número reduzido de hospedeiros em potencial, não é capaz de surtir grandes efeitos sobre a saúde pública. Não há pandemias causadas por esse gênero de vírus, que raramente sofre mutações. De forma geral, pode-se dizer que o homem já tem certa imunidade contra esse tipo, de forma que os sintomas são brandos e raramente levam a hospitalizações.
A influenza tipo C infecta humanos, cachorros e porcos, podendo causar surtos locais. Contudo, causa problemas respiratórios leves. Normalmente, a infecção não desencadeia nenhum sintoma no homem, não tendo, portanto, impacto na saúde pública.
A gripe espanhola, que pode ter matado quase um terço da população mundial em 1918, foi por muito tempo incompreendida. Apenas em 1995 um grupo de pesquisadores colheu amostras de tecidos do arquivo de autópsia do Instituto de Patologia das Forças Armadas dos EUA para investigar as causas detalhadas da pandemia. Após um trabalho exaustivo, os pesquisadores conseguiram determinar como um vírus de aves infectou o primeiro ser humano: alguns aminoácidos conferiram-lhe a capacidade de adaptar-se ao novo hospedeiro.
A palavra “influenza” tem origem no latim “influentia”, que entre os séculos 14 e 18 definia os desastres associados à influência divina e fenômenos astrológicos. A influência dos céus. Gripe, por sua vez, origina-se no equivalente francês de influenza: grippe. Apenas no século 18, marcado pela gripe espanhola, assume o significado de “catarro”, “epidemia”.
Durante a pandemia de gripe H1N1 em 2009, várias medidas preventivas foram tomadas para evitar um novo desastre. Entre eles, a recomendação para desinfetar as mãos com álcool gel. Entretanto, um estudo recente mostra que a medida não aumenta significativamente a proteção contra o vírus da gripe, porque a transmissão pelo ar é bem mais recorrente.
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