O que fazer agora que é possível ter Covid-19 pela 2ª vez?
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O que fazer agora que é possível ter Covid-19 pela 2ª vez?

No início da semana cientistas de Hong Kong, na China, relataram o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) em um homem saudável de 33 anos. O paciente testou positivo para Covid-19 124 dias após o primeiro diagnóstico da doença, o que até então acreditava-se ser impossível.

No dia seguinte casos parecidos aconteceram na Bélgica e Holanda, um em casa país, gerando medo e muitas dúvidas em relação ao futuro do enfrentamento a pandemia da Covid-19. 

É possível se reinfectar pelo novo coronavírus: o que fazer agora?

Segundo Luiz Vicente Rizzo, médico imunologista e diretor superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Einstein, é necessário deixar claro que casos de reinfecção pelo Sars-CoV-2 são raros e poucos diante do total de contaminados pelo mundo.

De acordo com o último levantamento da OMS, já são  24,25 milhões de casos do novo coronavírus pelo mundo , além de mais de 827 mil mortes. “Temos mais de 7 bilhões de pessoas no planeta e exceções vão sempre existir. Então, considerando que os números confirmados de reinfectados são pequenos, me parece uma preocupação um tanto exagerada neste momento”, pondera Rizzo. 

Reativação X Reinfecção

Desde abril, quando Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) da Coreia do Sul informaram que pacientes curados da Covid-19 voltaram a testar positivo, já se discutia sobre a possibilidade de reativação do novo coronavírus. Na época, a OMS disse que investigaria os casos pois, segundo o médico do Einstein, ainda não se sabia se o vírus havia sido reativado ou se era uma reinfecção .

“O estudo de Hong Kong foi o primeiro a fazer o sequenciamento genético do vírus na primeira vez que o paciente foi testado positivo e comparar com o vírus detectado na segunda infecção. Foi comprovado que são vírus que vem de cepas diferentes e que, por isso, se trata de uma reinfecção ”, explica Rizzo.

O resultado encontrado significa que o segundo vírus apresenta mutações em relação ao anterior, parte do processo evolutivo de todas as espécies. "Ao fim, são vírus diferentes, mas todos trazem as principais características do vírus original , aquele primeiro descoberto em dezembro na China”, continua. 

Já quando o vírus não foi totalmente inativado no organismo mas o paciente foi considerado curado da doença, acontece a  reativação , processo em que o vírus se reproduz e aumenta a carga viral.

Produção de vacinas

O imunologista garante que a possibilidade de reinfecção não é uma ameaça aos candidatos à vacina para a Covid-19 . "Algumas vacinas são desenvolvidas para contemplar alterações ou mutações dos vírus, enquanto outras não são tão flexíveis”, diz Rizzo.

“É preciso verificar se haverá um crescimento exponencial no número de reinfecções. Além disso, é possível que estes pacientes tenham sintomas mais leves na segunda contaminação", alerta ele. E reforça: " Os números de reinfeções são pequenos e não justificam, neste momento, alarde ou desespero "

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