O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, disse nesta segunda-feira (19) que o vermífugo nitazoxanida apresentou resultados positivos no tratamento precoce de pacientes com Covid-19 dentro de uma pesquisa coordenada pela pasta.
O anúncio do ministro ocorreu em uma cerimônia para anunciar a conclusão de um estudo de reposicionamento do antiparasitário no tratamento da Covid-19.
Sem dar detalhes dos resultados ou apresentar a íntegra do estudo, o governo informou que os testes clínicos com voluntários já mostrou que o medicamento reduziu a carga viral quando foi tomado em até 3 dias depois do início dos sintomas.
Em outros países, a nitazoxanida já foi estudada e descartada. No Brasil, porém, o ministério manteve as pesquisas por quatro meses em 16 cidades brasileiras. O resultado final deve ser publicado em uma revista científica, segundo o governo.
A nitazoxanida é um medicamento utilizado no país pelos nomes comerciais Azox e Annita e faz parte do grupo dos antiparasitários e vermífugos. Com a pandemia, a droga passou a ser vendida apenas com prescrição médica em abril deste ano. Entretanto, uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 1º de setembro retirou a exigência de retenção da receita.
"Nós temos agora um medicamento comprovado cientificamente que é capaz de reduzir a carga viral. Com essa redução da carga viral, significa que reduz o contágio. As pessoas que tomam o medicamento assim que fazem o teste diagnóstico e descobrem que estão com covid, toma o medicamento nos primeiros dias, essa pessoa contamina menos outras pessoas. E mais, diminui a probabilidade de essa pessoa aumentar os sintomas, ir para o hospital e falecer", afirmou Pontes.
Na bula, onitazoxanida é recomendado para o tratamento de gastroenterites virais causadas por rotavírus e norovírus, helmintíases, amebíase, gardíase, isosporíase, balantidíase, blastocistos, criptosporidíase e outras infecções por vermes.