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Em julho, entrentato, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu uma carta assinada por 239 especialistas e reconheceu a possibilidade de transmissão aérea do novo coronavírus
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Em julho, entrentato, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu uma carta assinada por 239 especialistas e reconheceu a possibilidade de transmissão aérea do novo coronavírus

Embora as orientações de usar máscaras, evitar aglomerações e manter as mãos sempre limpas estejam entre as principais recomendações para evitar infecções pelo novo coronavírus, pouco se fala sobre o ar fresco. Mesmo assim, uma boa ventilação nos ambientes pode ser essencial para diminuir os riscos de disseminação da Covid-19. Não à toa, essa prática foi muito utilizada para evitar doenças transmitidas pelo ar no século XIX.

No começo da pandemia atual, especialistas e entidades da área de saúde alertaram que uma rota importante de infecção era o contágio por contato: o ato de encostar em uma superfície contaminada e, depois, levar as mãos sujas às mucosas da boca, do nariz e dos olhos. Por isso, as recomendações iniciais eram o uso frequente de álcool em gel para higienizar as mãos e o uso de máscaras para evitar que gotículas expelidas por infectados contaminassem superfícies e o ambiente.

Em julho, entrentato, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu uma carta assinada por 239 especialistas e reconheceu a possibilidade de transmissão aérea do novo coronavírus. Ou seja, minúsculas partículas liberadas por indivíduos infectados — também conhecidas como aerossóis — podem ficar suspensas no ar, especialmente em ambientes fechados.

Isso significa que boa ventilação, conseguida pela renovação do ar em um espaço com ventilação natural, é essencial para evitar que o vírus se aglomere de maneira invisível. Não à toa, Shaun Fitzgerald, professor de engenharia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, acredita que boa ventilação para diluir e dispersar o novo coronav írus pode reduzir o risco de infecção em 70% a 80%.

Em meados do século XIX, hospitais, museus, prisões e tribunais da Europa tinham grandes sistemas de ventilação para combater as doenças da época, como sarampo, tuberculose, varíola e gripe. Nos dias de hoje, infelizmente, o ar fresco não está presente em todos os lugares.

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É comum encontrar janelas de hotel que não abrem e estabelecimentos totalmente fechados e sem ventilação, embora a renovação do ar seja essencial para evitar contágios aéreos de vírus. A dificuldade é a remodelação de estruturas — de escolas, prédios empresariais ou lojas — para instalação de um sistema de ventilação eficaz.

Os problemas enfrentados durante a pandemia do novo coronavírus podem ser um alerta para que uma prática simples como ventilar os ambientes seja considerada em novas construções para evitar casos futuros de transmissão viral aérea. Afinal, a atual pandemia não deve ser a última — infelizmente — a ser enfrentada pelos seres humanos.

Via: The Atlantic

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