Sede da Anvisa, em Brasília
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Sede da Anvisa, em Brasília

Foi publicado no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (16), a determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) que aprova o uso de dexametasona de forma injetável para o tratamento de casos graves de Covid-19

O pedido foi submetido à agência pela farmacêutica brasileira Aché, responsável pelo corticoide no país, onde é comercializado com o nome de Decadron .

A determinação da Anvisa aprova que o medicamento seja indicado apenas para os pacientes com formas graves ou críticas da infecção pelo novo coronavírus.

Ou seja, serão contemplados aqueles que apresentem a saturação de oxigênio inferior a 90% e dificuldades respiratórias. Os pacientes em estado crítico são aqueles que têm uma piora considerável no quadro da doença e chegam a precisar de aparelhos de manutenção de vida, ou apresentam quadros de sepse/choque séptico.

O medicamento deve ser integrado ao tratamento desses pacientes apenas mediante orientação médica.

A Anvisa alerta ainda que a dexametasona para quadros delicados, assim como outras substâncias que receberam o aval para a Covid-19, não são substitutos para as vacinas, que são eficazes em prevenir o agravamento da doença em primeiro lugar.

A nova indicação do Decadron para o tratamento de casos graves da Covid pela Anvisa segue a indicação da Organização Mundial Saúde (OMS) sobre os remédios que podem ser utilizados para a doença, atualizadas em setembro. Também acompanha manifestações semelhantes de outras autoridades reguladoras, como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Para fazer a orientação, a OMS analisou uma série de estudos com os remédios. Em relação à mortalidade, sete trabalhos, que totalizaram 1.703 participantes, mostraram uma redução de 160 óbitos a cada mil pessoas para 126 entre os que receberam os corticoides. Outros dois estudos, com 5.481 participantes, observaram uma queda na necessidade de ventilação mecânica, de 116 pacientes a cada mil pessoas para 86.

Outras atualizações da OMS

A nova determinação da OMS indica o uso combinado dos corticoides com mais dois outros tipos de medicamentos que já eram orientados para formas graves ou críticas da Covid-19: os bloqueadores da interleucina 6 tocilizumabe e sarilumab, anticorpos monoclonais geralmente utilizados para tratar casos de artrite reumatoide.

Em setembro, o tocilizumabe chegou a ser incorporado para o tratamento do novo coronavírus no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde, com um prazo de 180 dias para que a tecnologia seja oferecida. No Brasil, ele é vendido com o nome comercial de Actemra pelo laboratório Roche.

O outro medicamento é o baricitinibe, também utilizado originalmente para artrite reumatoide. Ele é chamado de inibidor da janus quinase, uma enzima que entre outras funções atua na inflamação do corpo.

Comercializado no Brasil com o nome de Olumiant pela farmacêutica Eli Lilly, ele também foi incorporado ao SUS para tratamento da Covid-19, tendo sido o primeiro remédio a ser incluído na rede pública para a doença, em abril deste ano. A OMS orienta a combinação da dexametasona com o tocilizumabe e o baracitinibe.

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