Amazonas e Roraima concentram 1.855 casos de sarampo, do total de 1.935 registrados no Brasil neste ano
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Amazonas e Roraima concentram 1.855 casos de sarampo, do total de 1.935 registrados no Brasil neste ano

Em dez meses, foram confirmados 1.935 casos de sarampo no Brasil, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. A maioria das notificações está concentrada no Amazonas e em Roraima , onde surtos da infecção foram registrados neste ano.

Segundo o levantamento, até o dia 1º de outubro, somente no Amazonas foram confirmados 1.525 casos de sarampo . Em Roraima, foram 330 registros. Além das confirmações, o Amazonas contabiliza ainda 7.873 caso em investigação e Roraima, 101.

Alguns casos isolados também foram registrados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), Rio Grande do Sul (33), em Rondônia (3), Pernambuco (4), no Pará (14), Distrito Federal (1) e em Sergipe (4).

O Ministério da Saúde ainda informou que, desde janeiro, dez mortes por sarampo foram confirmadas, sendo quatro em Roraima (3 estrangeiros e 1 brasileiro), quatro no Amazonas (todos brasileiros, sendo 2 em Manaus e 2 no município de Autazes) e dois no Pará (indígena e venezuelano).

Em agosto e setembro, o governo federal se mobilizou para  vacinar crianças contra sarampo e poliomielite, na tentativa de diminuir os casos da doença e evitar que a infecção se espalhe pelo resto do país.

O balanço divulgado nesta quarta-feira (3) pela pasta aponta que 97,7% das crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 anos receberam a vacina contra sarampo , enquanto 97,9% receberam a dose contra a poliomielite. Até o momento, 15 estados atingiram a meta de 95% de cobertura para as duas vacinas.

Casos de sarampo ameaçam certificado de eliminação da doença

Brasil terá que diminuir casos de sarampo até fevereiro do ano que vem para manter certificado de eliminação da doença
Marcelo Camargo/ABr
Brasil terá que diminuir casos de sarampo até fevereiro do ano que vem para manter certificado de eliminação da doença

O Brasil tem até fevereiro de 2019 para reverter os surtos de sarampo registrados em diversas áreas do país – sob pena de perder o certificado de eliminação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2016.

O alerta foi feito pela assessora regional de Imunizações da entidade, Lúcia Helena de Oliveira, durante a 20ª Jornada Nacional de Imunizações, no Rio de Janeiro.

O critério adotado pela entidade para conferir transmissão sustentada é que o surto se mantenha por um período superior a 12 meses. As autoridades sanitárias brasileiras, portanto, correm contra o tempo, já que os primeiros casos da doença no Norte do país foram identificados no início do ano.

Leia também: Casos de sarampo nas Américas aumentam 32% em apenas um mês, aponta OMS

“Sabemos que os casos no Brasil são de importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive a Venezuela. Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não tínhamos cobertura de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até aqui e não produziriam nenhum tipo de surto”, destacou a assessora da Opas.


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