SUS vai oferecer remédio para tratar convulsões em pacientes com microcefalia

Portaria publicada pelo Ministério da Saúde nesta segunda determina que medicamento antiepilético levetiracetam estará disponível em até 180 dias

Remédio para tratar convulsões relacionadas à microcefalia deve ser ministrado por via oral, segundo a Anvisa
Foto: TV Brasil
Remédio para tratar convulsões relacionadas à microcefalia deve ser ministrado por via oral, segundo a Anvisa

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai passar a oferecer um remédio para tratar convulsões em pacientes com microcefalia – condição que recaiu sobre centenas de crianças entre 2015 e 2016 após gestantes serem infectadas pelo zika vírus.

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Portarial publicada na edição desta segunda-feira (4) do Diário Oficial da União pela Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde determinou que o medicamento antiepilético levetiracetam deve chegar à rede do SUS para o tratamento de pacientes com microcefalia em até 180 dias (seis meses).

O relatório de recomendação do remédio ainda será disponibilizado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

O levetiracetam também será incorporado para tratamento de pacientes com epilepsia mioclônica juvenil resistentes à monoterapia, de modo associado ao medicamento já utilizado. O prazo para efetivar a oferta da substância para esses fins também é de 180 dias.

O registro do genérico Levetiracetam, inédito no Brasil, foi aprovado em outubro do ano passado, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para o tratamento de crises convulsivas. A medida significa ao menos uma nova opção para os pacientes que precisam desses medicamentos. Na prática, quando um medicamento genérico inédito é aprovado, o medicamento de marca passa a ter um concorrente no mercado.

Pela lei, o remédio genérico já entra no mercado a um preço mais barato que o produto de marca. Essa redução representa um desconto de pelo menos 35% em relação ao preço máximo da tabela da Anvisa.

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Recomendação da Anvisa

De acordo com a Anvisa, o levetiracetam é apresentado na forma de comprimido revestido ou solução oral e é indicado como monoterapia (não combinado com outros medicamentos antiepilépticos) para o tratamento de crises convulsivas parciais, com ou sem generalização secundária, em pacientes com 16 anos ou mais e diagnóstico recente de epilepsia.

Para bebês e crianças com menos de 20 kg, condição dos pacientes recém-diagnosticados com microcefalia, o tratamento deve ser preferencialmente iniciado com solução oral.

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