Dor no calcanhar pode ser fascite plantar; entenda o que é e saiba como tratar

Sente dores na sola do pé após passar um tempo em repouso? Você pode ter fascite plantar; entenda como o problema surge e saiba tratar corretamente

Fascite plantar pode atingir tanto pessoas sedentárias quanto quem pratica exercício físico com frequência
Foto: FreePik
Fascite plantar pode atingir tanto pessoas sedentárias quanto quem pratica exercício físico com frequência


Imagine o seguinte cenário: você acorda e, ao dar os primeiros passos ao levantar da cama, sente algumas fisgadas no pé. É por essa situação que as pessoas com fascite plantar passam todos os dias. E, de acordo com a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, cerca de 10% da população brasileira desenvolverão o problema em algum momento da vida.

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A fascite plantar é uma lesão que deixa o tecido que vai do osso do calcanhar aos dedos do pé inflamado e dolorido. A dor na sola do pé surge depois de longos períodos de repouso e, por isso, é muito comum vir à tona logo ao amanhecer, após a pessoa despertar e pisar no chão.

Indivíduos sedentários e aqueles que praticam exercícios físicos com frequência estão mais propensos a desenvolver a condição. Isso porque o problema é causado pelo excesso de sobrecarga nos pés, decorrente de atividades de alta intensidade e obesidade. Além disso, o problema pode aparecer pelo uso de calçados inadequados, ou seja, os que apresentam solado flexível.

Como detectar?

Conforme explica o Dr. Roberto Rached, fisiatra - médico especialista em dores e reabilitação - do Hospital das Clínicas de São Paulo, o diagnóstico é feito por meio de um exame clínico. “O paciente será diagnosticado ao sentir dor à palpação sobre o osso do calcanhar debaixo do pé e desconforto ao elevar o pé e dobrar o tornozelo para cima, puxando o dedão”, diz o profissional.

Além dessa avaliação, é importante analisar o histórico do paciente. “Todos os fatores de risco podem ser avaliados com base em sua história e no seu porte físico, que ajudam a orientar o tratamento adequado”, relata o fisiatra.

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Os exames de imagem, geralmente, não são necessários, mas podem ser importantes para mostrar outras prováveis razões para a dor no calcanhar. Nesse sentido, o ultrassom e a ressonância são capazes de mostrar o espessamento e a degeneração da lesão.

Tratamento

A professora de ginástica Cíntia Serikawa descobriu que tinha o problema em 2014, mas já sentia as dores pelo menos um ano antes. No começo, o problema se manifestou no pé direito. “Eu dava muita aula de zumba e, ao mesmo tempo, treinava corrida. Então, esse acúmulo de esforçou desencadeou o problema”, conta.

Já no início deste ano, Cíntia comprou um tênis para poder trabalhar, mas o resultado não foi o esperado. Depois de alguns meses, a condição também afetou o pé esquerdo. “Fiz um teste de pisada e o resultado indicou que eu poderia usar um modelo de pisada neutra. Porém, ele me prejudicou. Depois, troquei o calçado e a dor aliviou bastante”, explica.

Para amenizar as dores, a professora faz alongamento e massagem sempre que termina de dar aula ou quando pratica exercício físico. “Massageio com bolinha de tênis ou bastão de madeira. Também aplico gelo na sola do pé .”

Foto: Reprodução/Instagram/primeiramaratona2018
Para amenizar a dor, Cíntia faz massagem com bolinha de tênis e também com garrafa congelada após os treinos


Além das medidas já adotadas, o Dr. Roberto Rached indica, ainda pela manhã, puxar a ponta dos pés com uma toalha ou um lençol e manter o joelho esticado. Além disso, ao chegar em casa no fim do dia, outras ações podem ser aplicadas. "À noite, pode-se utilizar uma garrafa com água fria e rolar sob o pé por 10 minutos com alguma pressão para massagear o arco plantar”, ensina o profissional.

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O tratamento da fascite plantar também envolve o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia, palmilhas de silicone e até mesmo métodos mais invasivos, como as injeções de corticosteroides, que ajudam a aliviar os sintomas durante uma inflamação aguda. Por último, pode-se optar pela cirurgia. “Estudos recentes sugerem que as técnicas menos invasivas podem ser mais eficazes no alívio em longo prazo, como a terapia por onda de choque extracorpórea”, ressalta o fisiatra.