Brasil fica em segundo lugar no ranking de casos de sarampo nas Américas

Organização Mundial da Saúde emite alerta para que países dos três continentes reforcem as campanhas de vacinação contra a doença

Em 2016, especialistas anunciaram que o sarampo havia sido eliminado nas Américas
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Em 2016, especialistas anunciaram que o sarampo havia sido eliminado nas Américas

Países da Região das Américas devem reforçar a vacinação contra sarampo, conforme orientou a Organização Mundial de Saúde (OMS). O alerta foi emitido nesta quinta-feira (10) quando a entidade informou que 1.115 casos já foram registrados até o final de abril deste ano nos três continentes.

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A quantidade de casos de sarampo já é maior do que os notificados durante todos os meses de 2017, quando 895 pessoas tiveram a doença, conforme alertou a organização.

Entre os países com maior incidência está a Venezuela, com 904 infecções até o último mês. Em seguida, o Brasil aparece com 104 casos, depois os Estados Unidos, com 63. Entre os outros países citados no relatório estão a Antígua e Barbuda, com 1 caso, Argentina, 3, Canadá, 9, Colômbia, 21, Equador, 3, Guatemala, 1, México, 4, e Peru, 2.

A preocupação se dá porque em 2016 a doença havia sido erradicada das Américas , tornando a região a primeira do mundo a eliminar o vírus do território. Para conseguir combater a condição, os países se esforçaram para instaurar campanhas de vacinação intensas durante décadas.

Situação no Brasil

Com a vinda de venezuelanos para o País, Roraima, que faz fronteira com a Venezuela , concentra a maior parte dos casos brasileiros. São 81 pessoas doentes confirmadas, sendo 55 delas venezuelanas e 24 brasileiras, além de um guianense e um argentino.

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O Amazonas também registrou casos da doença, todos em brasileiros, e o Rio Grande do Sul confirmou a condição em uma brasileira que passou uma temporada em vários países europeus.

O Ministério da Saúde já informou que a vacina contra sarampo encontra-se disponível em todo o País, mas que reformou a campanha nas regiões mais afetadas pelo vírus . A ação foi organizada em coordenação com governos estaduais.

A suspeita é que muitos casos brasileiros da doença tenham sido importados da Europa e Venezuela. A Europa também apontou um aumento exponencial da circulação do vírus, conforme informou a OMS. A região teve alta de 400% de 2016 para 2017, com 35 mortos e mais de 21.300 doentes.

"Mais de 20.000 casos de sarampo e 35 vidas perdidas em 2017 são uma tragédia que simplesmente não podemos aceitar ", diz Zsuzsanna Jakab, diretor regional da OMS para a Europa, em nota na ocasião.

Uma das possíveis causas que teriam colaborado para os casos de sarampo terem aumentado é o reforço de movimentos antivacina na Europa e afrouxamento das campanhas de vacinação em todo o mundo.

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