Como é o tratamento do paciente confirmado com coronavírus no Brasil?

Em coletiva de imprensa, coordenadora de Vigilância e Saúde detalhou cuidados e estado de saúde do paciente

Confirmado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (26), o  primeiro paciente diagnosticado no Brasil com covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, recebe acompanhamento em casa e segue em boas condições de saúde. Os detalhes foram divulgados pela Secretaria de Saúde de São Paulo. 

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Primeiro paciente da doença causada por coronavírus no Brasil foi confirmado em São Paulo

O homem de 61 anos esteve a trabalho na região da Lombardia, na Itália, durante o dia 09 ao dia 20 de fevereiro e chegou ao país no dia 21 de fevereiro. Os sintomas do coronavírus começaram dois dias depois com febre, coriza e dor de garganta. 

De acordo com a coordenadora da Coordenadoria de Vigilância e Saúde do município (Covisa), Solange Saboia, o paciente procurou uma unidade de saúde logo após a inclusão da Itália na lista de alerta para coronavírus no Brasil. Apesar disso, o paciente - que pertence ao grupo de risco da doença devido a idade - segue com a saúde estável, sem maiores complicações. 

Ainda segundo a coordenadora, “todos os passos do paciente foram rastreados para potencializar esse acompanhamento, como é feito com todos os casos suspeitos de qualquer doença”, explica. A partir desse ponto, a família do paciente recebeu orientações sobre como auxiliar o tratamento.

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 “Apenas a esposa tem contato direto. Ela é o que chamamos de ‘pessoa contactante ’, que é com que entramos em contato diariamente para para passar orientações sem causar pânico”, reforça Solange. De acordo com ela, a mulher não manifestou sintomas e seguirá também sob acompanhamento por até 14 dias após a desaparecimento da doença do marido. “Após o fim dos sintomas , a doença não pode mais contagiar outras pessoas”, explica.

O motivo de o paciente receber os cuidados em casa em vez de ficar internado em um hospital, segundo o o secretário executivo da saúde de São Paulo, Alberto Kanamura, é o fato de que o caso clínico não exige. "O critério para internar alguém é a gravidade do estado em saúde e não o risco de contágio. Se cada paciente com sintomas de gripe fossem internatados, os leitos acabariam no primeiro dia", disse.

“Não posso expor a privacidade do paciente para detalhar por onde ele esteve e quais as nossas descobertas, mas posso adiantar que estamos lidando com uma família extremamente colaborativa e muito consciente”, comenta a coordenadora. 

Até o momento, há nove suspeitos da doença causada por coronavírus no município de São Paulo. No estado, o número sobe para 11 casos sob acompanhamento. A Secretaria de Saúde do estado, porém, reforça que há um comitê especializado no combate à doença e que não há motivo para pânico. 

O Ministério da Saúde define como caso suspeito de coronavírus pessoas que apresentam febre e mais um sintoma gripal - como tosse ou falta de ar - e regressarem de viagens recentes à Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia, Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China.