Estudo sugere que cigarro pode proteger contra Covid-19; entenda a relação
Estudo foi realizado por equipe de pesquisadores da Universidade de Utah, com dados de mais de 90 mil pacientes
Um estudo polêmico realizado com mais de 90 mil pacientes no México afirma que os fumantes podem ser menos vulneráveis ao Covid-19 do que pessoas que nunca experimentaram cigarro . A pesquisa, que vai na contra-mão da maioria das recomendações médicas , sugere uma espécie de proteção proporcionada pela nicotina, um dos componentes químicos do cigarro.
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Ainda segundo o estudo, os fumantes estariam cerca de 23% menos expostos à infecção por Covid-19 . Além disso, o grupo de cientistas - composto por profissionais do México, Grécia e Estados Unidos e liderado pela Universidade de Utah - afirma que mesmo os pacientes fumantes confirmados para Covid-19 apresentam menos chances de desenvolver um quadro grave da doença.
O estudo, que ainda é inconclusivo, é o segundo sobre o tema. Em abril deste ano, um grupo de pesquisadores franceses apontaram uma descoberta semelhante , extraída a partir da comparação de relatórios em diferentes hospitais. A possibilidade melhor aceita até o momento é de que a nicotina se fixaria no mesmo receptor celular, "ocupando" o espaço e dificultando a fixação do vírus .
Apesar das pesquisas, cigarro ainda é considerado vilão
Segundo a associação de cardiologistas, o tabagismo enfraquece o sistema imunológico e torna mais lenta a reação do corpo às infecções. A capacidade pulmonar reduzida, comum em fumantes, também aumenta o risco de desenvolver as formas mais graves dessas doenças, entre as quais a Covid-19. “Trata-se da principal causa evitável de morte e encurta a vida de homens em dez anos e de mulheres em 12 anos”, disse o presidente da entidade.
De acordo com a associação, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de tabagistas, são 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens fumantes . No entanto, o número de brasileiros que mantém o hábito de fumar caiu 38% nos últimos anos. Em 2019, 9,8% afirmavam ter o hábito de fumar, enquanto em 2006 o índice era de 15,6%.