Bolsonaro sanciona lei que amplia doenças diagnosticadas pelo teste do pezinho

Atualmente, são só seis enfermidades. Texto, aprovado por unanimidade no Senado, entrará em vigor 365 dias depois da publicação

Foto: Reprodução: BBC News Brasil
Bolsonaro sanciona lei que amplia doenças diagnosticadas pelo teste do pezinho

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira a lei aumenta de seis para 53 o número de doenças detectadas pelo teste do pezinho na rede pública. Entre as enfermidades, estão a anemia falciforme e a fibrose cística. A ampliação do exame será feita de forma escalonada e vigorará a partir de 365 dias após a publicação. Na cerimônia de assinatura, também estavam ministros, como Marcelo Queiroga, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e senadores.

"Esse projeto, depois de 20 anos, traz novos benefícios para os recém-nascidos. (..) Hoje, mais de 80% dos nascidos no Brasil fazem o teste do pezinho. O SUS faz, em média, 2,4 milhões de testes em recém nascidos nos últimos anos", disse o ministro da Saúde.

Algumas das doenças são consideradas raras e até raríssimas e, agora, podem ser diagnosticadas precocemente. Na primeira etapa, estão fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.

Depois, é a vez de rastrear também galactosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da ureia e da betaoxidação dos ácidos graxos. A terceira fase inclui doenças lisossômicas e a quarta, imunodeficiências primárias. Por último, a atrofia muscular espinhal também poderá ser detectada. Ao todo, são 14 grupos de enfermidades.

"Ampliar o acesso dos exames pode definir o tratamento desde o momento do nascimento. (...) Uma vida não tem preço, mas, se pensarmos na utilização adequada dos recursos, é um investimento que traz mais economia", afirmou a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda.

A orientação médica é fazer o exame em bebês do segundo ao sétimo dia de vida. Se não for possível, que não ultrapasse um mês de vida. Em média, o teste ampliado, que só existia na rede particular, custa R$ 250.

O projeto de lei foi aprovado por unanimidade pelo Senado em 29 de abril. A proposta surgiu após história de Larissa de Carvalho e do filho Theo ficar conhecida nas redes sociais. O menino, que sofre de acidúria glutárica, só foi diagnosticado com 1 ano e 10 meses. A doença genética impede o corpo de absorver proteínas e é detectada pelo teste do pezinho ampliado.