Vacina da Pfizer gera menos anticorpos contra variante indiana, diz estudo

Pessoas vacinadas com o imunizante da Pfizer podem ter uma proteção menor contra a variante indiana da Covid-19 em comparação com outras versões do vírus

Foto: Rafael Arbulu
Vacina da Pfizer gera menos anticorpos contra variante indiana, diz estudo

Pessoas vacinadas com o imunizante da Pfizer podem ter uma proteção menor contra a variante indiana da Covid-19 em comparação com outras versões do vírus. Os níveis de anticorpos gerados no sangue contra a cepa Delta (na nova nomenclatura da OMS) se mostraram mais baixos do que a taxa gerada contra a variante do Reino Unido, por exemplo.

A pesquisa publicada no The Lancet na última quinta-feira (4) mostra que os anticorpos também foram mais baixos em pessoas mais velhas, o que já era esperado. No entanto, isso pode reforçar a necessidade de uma terceira dose para grupos mais vulneráveis, o que inclusive já foi discutido pela fabricante.

Vacina da Pfizer e os anticorpos

Atualmente também está em discussão a possibilidade de reduzir o tempo entre cada dose da vacina, inclusive aqui no Brasil a diferença entre as doses é menor. A medida foi apoiada pelos pesquisadores já que com apenas uma dose da Pfizer os níveis de proteção contra a variante indiana foram baixos quando comparados com outras cepas.

Níveis mais baixos de anticorpos não querem dizer necessariamente que a vacina possui uma eficácia reduzida. Mesmo com um número menor, a proteção ainda pode ser alta. O que o estudo mediu é a capacidade de corpo de bloquear a entrada do vírus nas células.

“Novas variantes ocorrem naturalmente e aquelas que têm uma vantagem irão se espalhar. Agora temos a capacidade de adaptar rapidamente nossa vacinação estratégias para maximizar a proteção onde sabemos que as pessoas são mais vulneráveis, disse David LV Bauer, um dos líderes do estudo.

Os pesquisadores mediram os níveis de anticorpos neutralizantes em 250 pessoas três meses após terem recebido a primeira dose da vacina da Pfizer. As comparações foram feitas com o vírus “original”, que surgiu em Wuhan (China) e contra as cepas do Reino Unido, da África do Sul e da Índia.

Eles descobriram que em pessoas que foram totalmente vacinadas com duas doses da vacina da Pfizer, os níveis de anticorpos neutralizantes eram mais de cinco vezes mais baixos contra a variante indiana em comparação com a cepa original, na qual as vacinas atuais usam como base.

“Esse vírus provavelmente ainda existirá por algum tempo, então precisamos permanecer ágeis e vigilantes. Nosso estudo foi projetado para responder às mudanças na pandemia para que possamos fornecer rapidamente evidências sobre a mudança de risco e proteção”, disse Emma Wall, consultora de Doenças Infecciosas da UCLH e Pesquisadora Clínica Sênior do estudo Legacy,

“O mais importante é garantir que a proteção da vacina permaneça alta o suficiente para manter o maior número possível de pessoas fora do hospital. E nossos resultados sugerem que a melhor maneira de fazer isso é administrar rapidamente segundas doses e fornecer reforços para aqueles cuja imunidade pode não ser alto o suficiente contra essas novas variantes”, completou.