Covid-19: Confira quais cidades do Rio já detectaram casos da variante Delta

Secretaria de estadual de Saúde admitiu neste sábado que já há circulação da cepa Delta no estado

RI Rio de Janeiro (RJ) 09/06/2021 - Covid-19 - Prefeitura do Rio vacina profissionais da saúde da rede pública e privada na faixa etária de 18 a 42 anos. Na foto, a vacinação na Escola Municipal Barão de Itacurussá. Foto de Márcia Foletto
Foto: Fusion Medical Animation/Unsplash
RI Rio de Janeiro (RJ) 09/06/2021 - Covid-19 - Prefeitura do Rio vacina profissionais da saúde da rede pública e privada na faixa etária de 18 a 42 anos. Na foto, a vacinação na Escola Municipal Barão de Itacurussá. Foto de Márcia Foletto

A Secretaria de estadual  de Saúde  já admitiu que já há circulação da variante Delta no Estado do Rio de Janeiro, antes apenas confirmado pela prefeitura do Rio na capital. Segundo o governo do estado neste sábado foram confirmados mais 63 casos da variante Delta , do total de 380 amostras processadas. Até o momento são 74 casos em 12 municípios do estado. Somente na cidade do  Rio a prefeitura confirmou mais 16 casos neste fim de semana, totalizando 23 identificados ao todo na capital.

Os novos municípios com identificação de casos da variante Delta são: Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados. Em Seropédica, São João de Meriti e Rio de Janeiro, já havia sido identificado casos anteriormente.

Das amostras analisadas pelo governo do estado, 16,6% já são da variante Delta. Os resultados são fruto do projeto Corona-Ômica-RJ.

"As secretarias municipais já foram notificadas e farão a  investigação epidemiológica, com apoio da SES . Independentemente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos. Sendo assim, não há alteração nas medidas sanitárias já adotadas, como uso de máscaras e álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento social. Além disso, é importante que os municípios continuem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19 e que a população retorne para receber a segunda dose. Estudos mostram que todas as vacinas disponíveis no Brasil são eficazes contra as variantes identificadas até o momento." diz trecho do comunicado.

A cidade do Rio confirmou mais 16 casos da variante Delta. Ao todo já são 23 identificados na capital com a nova cepa. As novas amostras foram identificadas pelo laboratório da UFRJ e da DASA.

"Variante Delta realmente está se instalando no Rio , recebemos a confirmação de mais 15 resultados positivos do lab da UFRJ, um do DASA, com mais 7 que tínhamos da FIOCRUZ ao todos 23 casos confirmados. #useMascara evite qualquer tipo de exposição desnecessária", escreveu o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz em uma rede social

Segundo a prefeitura do Rio, a Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde recebeu os resultados dos exames laboratoriais neste sábado e "agora, em posse dos novos resultados, a vigilância genômica realizará a investigação epidemiológica de cada caso".

Estratégia de vacinação

Após a confirmação da transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus na cidade do Rio, a prefeitura já estuda adotar a combinação de vacinas para proteger a população contra esta cepa, que é mais transmissível. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que, em muitos países, é analisada a aplicação de imunizantes de diferentes fabricantes, a chamada vacinação heteróloga, para promover maior eficácia e combater as mutações do Sars-CoV-2, o causador da Covid-19.

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"Muito provavelmente a vacina heteróloga pode, sim, combater melhor as variantes. É uma discussão que precisa acontecer. É importante que reforcemos a capacidade técnica do Plano Nacional de Imunizações (PNI) para que possamos, cada vez mais, estar à frente desse debate. É uma pandemia. Então, tomar decisões oportunas é fundamental para salvar vidas", disse Soranz. "A maior parte das evidências científicas coloca que a combinação de vacinas traz efeitos de proteção superiores. Logo, precisamos colocar isso na pauta".

Na quarta-feira (14), a prefeitura informou que dois cariocas, de 27 e 30 anos, que moram em Olaria e na Ilha de Paquetá, haviam sido infectados pela Delta. Eles não tinham viajado recentemente, o que confirmou a transmissão comunitária. Nesta sexta-feira, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) divulgou mais cinco contaminados pela variante, identificada pela primeira vez na Índia: uma moradora de Campo Grande, de 72 anos; um homem de 25 anos, de Manguinhos; e três mulheres de 29, 65 e 47 anos, residentes de Campo Grande, Bangu e Santíssimo. Todos os sete já estão curados.

Também há três casos confirmados fora da capital, nas cidades de Seropédica, São João de Meriti e Campos dos Goytacazes. Destes, somente o paciente do Norte Fluminense foi uma "infecção importada", já que ele testou positivo no dia que voltou da Índia.

Soranz chama a atenção para o exemplo de outros países, onde a Delta se espalhou rapidamente, tornando-se a predominante. Apesar de ser mais transmissível, ainda não se sabe se esta variante causa mais casos graves da doença.

De acordo com o secretário, o principal risco observado pelos técnicos é quanto à possibilidade de a variante conseguir romper a barreira estabelecida pelas vacinas . Segundo ele, até agora, as evidências mostram que os imunizantes aplicados no Brasil — CoronaVac, Pfizer, AstraZeneca e Janssen — são eficazes contra todas as novas cepas do coronavírus.

"Nossa preocupação é que surja alguma cepa que as vacinas não tenham uma cobertura adequada, principalmente para internações e para óbitos. Mas nós já sabemos que as vacinas que temos hoje aplicadas no Rio cobrem contra todas as variantes que estão circulando no Brasil", afirmou Soranz.

A combinação em avaliação seria das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, independentemente da ordem. A iniciativa valeria também para a terceira dose de idosos, que vem sendo estudada pela Prefeitura do Rio. Quem tem 60 anos ou mais poderá receber um reforço, entre outubro e dezembro.

A "AstraPfizer" já é usada no Rio para completar o ciclo de imunização das grávidas que receberam a primeira dose da AstraZeneca antes de 11 de maio, quando o uso da vacina produzida pela Fiocruz foi suspenso em gestantes e puérperas (quem deu à luz há até 45 dias) por precaução. A medida foi tomada após uma grávida sofrer um AVC e morrer depois de receber o imunizante, mas não há comprovação de relação entre o óbito e a vacina.

A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, destacou que a mistura de vacinas é algo previsto pelas próprias fabricantes após o início dos estudos da chamada fase 4, de observação dos já imunizados.