Opas faz apelo por vacinação em massa de gestantes na América Latina

Segundo a organização, Brasil está entre os países com mais mortes entre grávidas no continente

México, Brasil e Argentina são os países com maior incidência de óbitos em gestantes por covid-19
Foto: Reprodução: iG Minas Gerais
México, Brasil e Argentina são os países com maior incidência de óbitos em gestantes por covid-19

Clarissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), fez um alerta para que os países priorizem a vacinação das gestantes e lactantes contra covid-19 . Nas Américas, mais de 270 mil grávidas contraíram o vírus, e mais de 2,6 mil morreram.

México, Argentina e Brasil são responsáveis por metade das mortes por covid-19 entre essa população na região. No México e na Colômbia, a doença já é a maior responsável pelas mortes maternas em 2021.

"Sabemos que se as mulheres grávidas adoecerem, elas terão um risco maior de desenvolver sintomas graves da COVID-19 e precisarão com mais frequência de ventilação e cuidados intensivos, quando comparadas às mulheres que não estão grávidas. Elas também têm uma chance maior de dar à luz ao bebê mais cedo ou prematuramente", disse Ettiene.

A diretoria chamou atenção para a precarização dos cuidados com as mulheres grávidas durante a pandemia. " é fundamental que as mulheres grávidas mantenham as medidas de saúde pública comprovadamente eficazes contra esse vírus. Hoje estamos vendo quase o dobro do número de infecções notificadas no ano passado", completou.

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Andamento da vacinação

O diretor de emergências de saúde da Opas, Ciro Ugarte, alertou que apenas 28% da população da América Latina e do Caribe recebeu as duas doses da vacina. Segundo ele, "um quarto dos países" ainda não conseguiu imunizar 20% dos habitantes. "Em alguns locais, a cobertura é muito inferior", disse.

"Estamos principalmente preocupados com os países membros que estão atrasados porque não têm doses disponíveis", afirmou. Na Guatemala e na Nicarágua, o percentual ainda está abaixo de 10%, e na Venezuela, apenas 11% das pessoas receberam a vacina.

No Haiti, a situação é ainda mais grave. Em meio aos destroços após o terremoto de 14 de agosto, menos de 1% da população foi protegida contra a covid-19.

"Essa desigualdade é inaceitável. A Opas está ajudando a canalizar as doações de países com doses excessivas, mas precisamos de mais vacinas para salvar vidas nos cantos mais atingidos da América Latina e do Caribe", finalizou.