Retrospectiva 2021: a corrida por vacinas contra a covid-19

Um ano conturbado, de novas recomendações e que simbolizava a esperança de uma vida sem quarentena para grande parte da população. Em 2021, a vacinação esteve mais em pauta do que nunca na vida do brasileiro, e com ela, questões políticas, econômicas e até mesmo crimes. Confira na retrospectiva.

Mundo inicia a vacinação

A corrida da imunização começou ainda em 2020 em todo o mundo, com a vacinação de idosos em um asilo no Reino Unido. Na época, o presidente Bolsonaro limitava-se a dizer que o Brasil teria vacinação gratuita. Quando? Essa era uma informação ainda desconhecida.

reprodução%3A Twitter

No Brasil, Coronavac estava longe de ser unanimidade

Enquanto Bolsonaro evitava o assunto, em São Paulo, Dória e o Instituto Butantan corriam pela aprovação da Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, que compartilhou tecnologia com o laboratório brasileiro e anunciada ainda em 2020. Em meio à muitas crises por conta de sua origem, o imunizante era o que estava mais próximo de ser viabilizado.

Reprodução/Twitter/Yang Wanming

Disparam as fake news sobre vacinação

Incentivadas e difundidas por aqueles que, por algum motivo, não queriam a aplicação da vacina, as notícias falsas mais absurdas foram criadas nesse período. Modificação do DNA humano, inserção de chip líquido, transmissão de HIV, composição à base de fetos humanos... Não custa repetir: nada disso é verdade. Vacinas são seguras e salvam vidas.

Pedro França/Agência Senado

Primeira vacinada no Brasil recebe a Coronavac

Em SP, o governador João Doria acompanhou ao vivo, do Hospital das Clínicas, a reunião que aprovou a Coronavac na Anvisa. O estado não perdeu tempo, e a aplicação da 1ª dose aconteceu ali mesmo, no domingo, 17 de janeiro, na enfermeira Mônica Calazans.

Foto%3A Divulgação/Governo de São Paulo

Anvisa aprova Pfizer, Astrazeneca e Janssen

Nos meses seguintes, a Anvisa analisou e aprovou as vacinas da Pfizer, Janssen e Astrazeneca. Na época, idosos e profissionais da saúde eram o foco principal da campanha de vacinação que ainda engatinhava por conta do número baixo de doses

Foto%3A Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Brasil sofre com falta de doses

Filas e incertezas. O Brasil não comprou vacinas suficientes para uma vacinação em massa, e por isso sofreu nos primeiros meses da campanha. Enquanto isso, nos Estados Unidos, o governo Biden incentivava a aplicação das doses de todas as formas possíveis. Em São Paulo, o cidadão precisou apostar na combinação de doses de diferentes fabricantes para completar o ciclo vacinal.

Roberto Parizotti/Fotos Públicas

Os 'sommeliers de vacina'

Com a oferta de quatro vacinas nos postos de saúde, outra epidemia tomou conta do Brasil. A do sommelier de vacina: aquele que escolhe qual fabricante quer tomar. de origem chinesa e vista como 'patinho feio', a Coronavac se tornou o patinho feio, assim como a Astrazeneca, que provocava maior reação.

Myke Sena/Ministério da Saúde

Os 'sommeliers de vacina'

A prática fez que aparecessem casos de pessoas que se vacinaram mais de uma vez com imunizantes de diferentes fabricantes por desconsiderar uma vacina ou outra. Vale lembrar: todas as vacinas autorizadas pela Anvisa tem eficácia contra sintomas graves da covid-19!

Myke Sena/Ministério da Saúde

As fraudes e os 'fura-filas'

Outro problema enfrentado no Brasil e no mundo foram os fraudadores e fura-filas. Pipocaram denúncias de quem tentou se beneficiar de alguma condição para se imunizar antes. Em uma delas, uma enfermeira foi presa por "vacinar" um grupo de empresários em uma garagem em MG. A tentativa, no entanto, foi em vão: o conteúdo aplicado pela farsante era soro fisiológico.

Eduardo Lopes/ Fotos Públicas

Países flexibilizam medidas com alta da vacinação

Enquanto o Brasil patinava, o mundo se apressava na imunização. Países como Estados Unidos, Reino Unido, França e Portugal já no início do segundo semestre começavam a colher os louros da vacinação, flexibilizando medidas como uso de máscaras e permitindo grandes eventos.

reprodução%3A fotos públicas

Governadores e prefeitos no BR competem por rapidez na vacinação

Flávio Dino, João Doria e Eduardo Paes protagonizaram uma "briga do bem" nas redes sociais em prol da vacinação: adiantando seus prazos com a chegada de mais doses, eles competiram nas redes sociais pelo título de estado que mais vacina.

Reprodução%3A montagem iG

Escândalo na CPI: Depoimentos mostram indícios de que governo ignorou ofertas por vacinas

Tudo que o país achava saber sobre a chegada das vacinas ruiu quando, no início da CPI, indícios apontaram que o governo federal ignorou mais de 80 contatos da Pfizer para venda de vacinas. A ideia de que a vacinação poderia ter sido iniciada ainda em 2020 chocou os brasileiros.

Jefferson Rudy/ Agência Senado

Vacinação dá sinais de estagnação nos EUA e na Europa

A situação se inverteu no segundo semestre: enquanto o Brasil caminhava na vacinação, os números pareciam estagnados nos Estados Unidos e na Europa, locais onde os governos ainda enfrentam grande resistência da população. Há meses, os índices beiram os 70%, sem avanços.

Foto%3A Casa Branca

Brasil ensaia flexibilização e aplicação da 3ª dose

Após superar os 70% de vacinação, os governos dos estados e municípios passaram a flexibilizar medidas. Algumas cidades a desobrigaram o uso de máscaras e permitiram a realização de eventos. Em SP, a medida passaria a valer em dezembro, mas o surgimento de uma nova variante fez o governo recuar.

Fernando Frazão/Agência Brasil

OMS alerta sobre países sem dose e pede calma sobre reforço

Em alerta para o início da aplicação da 3ª dose em alguns países como o Brasil, a OMS alertou para um dado alarmante. Em alguns países, como em grande parte da África, nem 1% da população estava vacinada. Parecia um presságio sobre o que estava por vir.

Fotos Públicas

Europa e EUA fazem apelo por vacinação

Em outubro e novembro, os índices de contágio e mortes na Europa e nos EUA voltou a subir. Na Holanda, o decreto de um novo lockdown para não vacinados causou uma enorme onda de protestos. O caminho foi o mesmo seguido pela Alemanha e pela Áustria. Os governos estudam medidas para fazer com que a população que ainda não se vacinou - em média, 30% de cada país - busque pelo imunizante.

reprodução%3A fotos públicas

Nova variante expõe precariedade da vacinação na África

Não tardou para que o temor da OMS se tornasse realidade: em novembro, a variante Ômicron, mais transmissível que a Delta, fosse detectada em países da África, onde a vacinação é precária. Cientistas estudam se as vacinas disponíveis serão eficazes para a nova cepa do vírus, que contém mais mutações que todas as já estudadas

Reprodução/ Universidade de Hong Kong