Um ano após anúncio da Butanvac, testes ainda caminham para fase 2
Governo paulista encomendou dez milhões de doses do imunizante, que agora estão paradas no Instituto Butantan
Um ano depois do anúncio da vacina Butanvac pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) , o imunizante enfrentou obstáculos nos testes iniciais em humanos e está com dez milhões de doses paradas no Instituto Butantan.
De acordo com o diretor do Instituto, Dimas Covas, o ensaio clínico precisou ser remodelado com o avanço da vacinação no Brasil. A Butanvac, agora, é avaliada como um reforço, o que não era esperado pelo governo paulista, que encomendou milhões de doses em abril de 2021 — que correm o risco de ter a validade expirada.
Além disso, devido ao atraso na realização de testes clínicos, tornou-se mais difícil encontrar voluntários que ainda não haviam recebido nenhuma vacina para compor o grupo de estudos.
O instituto, então, ampliou os centros de teste, incluindo participantes de outros estados, como Minas Gerais , e mesmo assim teve dificuldades para encontrar os cerca de 400 voluntários iniciais.
Nove meses após a autorização dos testes, os primeiros resultados da Butanvac na fase 1 feitos na Tailândia foram divulgados e a vacina se mostrou segura e induziu resposta imune de maneira semelhante à da Pfizer.
De acordo com Covas, os resultados da fase 1 realizada no Brasil, com 320 voluntários, foram concluídos com "resultados satisfatórios" no final de janeiro.
Esses resultados, porém, ainda não foram divulgados oficialmente.
Em comunicado, o Butantan disse que o desenvolvimento do imunizante caminha para a fase 2, tendo este ano como previsão de conclusão. "A fase 1 foi encerrada e os dados ainda estão em análise, mas os resultados preliminares são positivos. (...) Há o potencial de produzir aproximadamente dez milhões de doses, dependendo dos dados finais da fase 1", escreveu.