Paciente de Covid-19 no Reino Unido testa positivo por 1 ano e 4 meses

Segundo o Congresso Europeu de Microbiologia e Doenças Infecciosas, esse é mais longo de infecção pelo coronavírus que se tem conhecimento

Nova subvariante da Ômicron, XE aparenta ser mais transmissível, mas ainda não desperta preocupação da OMS
Foto: CC0 Domínio público
Nova subvariante da Ômicron, XE aparenta ser mais transmissível, mas ainda não desperta preocupação da OMS

No Reino Unido, um paciente com Covid-19, testou positivo por cerca de 16 meses até sua morte, segundo o Congresso Europeu de Microbiologia e Doenças Infecciosas é o caso de  infecção mais longo já conhecido, conforme revela um estudo sobre a evolução do vírus em pacientes imunossuprimidos divulgado nesta sexta-feira, dia 22.

A identidade do paciente não foi divulgada, no entanto, o primeiro testou positivo ocorreu em meados de 2020. Continuou dando positivo em todos os testes (cerca de 45) até sua morte, 505 dias depois, disse à agência internacional AFP a médica Gaia Nebbia, coautora do estudo.

O Congresso Europeu de Microbiologia e Doenças Infecciosas, que acontece de 23 a 26 de abril, informou que a pesquisa completa deve ser divulgada em breve. 

O estudo analisou nove pacientes imunodeprimidos com infecção persistente pelo vírus entre março de 2020 e dezembro de 2021 e foi conduzido por pesquisadores da King's College London e do Guy's and St Thomas' Hospital, em Londres.

De acordo com o estudo, todos deram positivo por pelo menos oito semanas, e dois, por mais de um ano. Dos nove pacientes, quatro morreram, e quatro foram curados. Um nono paciente continuava infectado no início de 2022, 412 dias após o primeiro teste positivo.

"Os pacientes imunodeprimidos com infecção persistente têm pouca chance de sobrevivência, e são necessárias, urgentemente, novas estratégias de tratamento para deter sua infecção" alertou Nebbia.

No estudo, pretendia-se investigar as mutações do coronavírus em pacientes infectados durante várioas meses.

"Queríamos caracterizar a evolução viral nesses indivíduos que podiam acumular mutações durante sua infecção persistente. Essa é uma das hipóteses para o surgimento de variantes" afirmou a médica.

De acordo com estimativas do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) divulgadas nesta sexta, 38,5 milhões de pessoas tiveram Covid-19 na Inglaterra entre o fim de abril de 2020 e meados de fevereiro de 2022, ou seja, 70% da população.