Alimentos ultraprocessados são inimigos da nutrição e saúde. No mercado, encontramos três tipos de alimentos: in natura e minimamente processados, processados e ultraprocessados. Isso diferencia o nível de “mudança” que os alimentos sofrem antes de ir para prateleira. O processamento costuma adicionar ingredientes - e estes costumam ser bem ruins para saúde. Mas, podem afetar seus hormônios ?
Daremos exemplos de alimentos processados com milho. Um milho na espiga é in natura (ou seja, é assim na natureza). O milho para pipoca é minimamento processado (pois passa pelo processo de secura e retirada da espiga, mas quase não afeta o produto). O milho em lata/conserva, por sua vez, é processado, pois houve adição de alguns ingredientes. Já o milho de pipoca para microondas é ultraprocessado , pois foram adicionados vários ingredientes, a maioria deles “desconhecidos” pela população.
Ultraprocessados podem alterar hormônios?
Lorena Lima Amato , médica endocrinologista , explica que os alimentos ultraprocessados podem causar diversos males visíveis e invisíveis ao corpo.
"Os ultraprocessados podem influenciar no ganho de peso inicialmente, com todas as consequências hormonais implícitas nessa condição, como resistência à insulina e possibilidade de diabetes. A composição química de alguns ultraprocessados como, por exemplo, a presença de bisfenol e de outros compostos podem influenciar na secreção de cortisol", explica.
Amato afirma, ainda, que aditivos podem influenciar diretamente no sistema endócrino, responsável por produzir e liberar hormônios . "O bisfenol, por exemplo, pode influenciar na produção hormonal. O glutamato, que é um realçador de sabor, também pode impactar o sistema endocrinológico, assim como os emulsificantes, alterando, inclusive, a microbiota intestinal. [ Esses também ] podem interferir na sinalização de saciedade do sistema nervoso central, levando ao consumo alimentar excessivo".
Como alteração de hormônios por ultraprocessados nos afeta?
Algumas das principais consequências dos ultraprocessados é afetar nosso nível de glicemia e insulina. Como explica Lorena, os alimentos do tipo têm alta carga glicêmica e levam a picos de glicose que podem aumentar a resistência à insulina. "Também podem contribuir para o acúmulo da gordura visceral, alterando a secreção pancreática de insulina".
Esses alimentos podem, inclusive, ter maior impacto em períodos de maior mudanças hormonais no corpo. "Na puberdade e na menopausa , alimentos que contenham fitalatos e bisfenol podem interferir na secreção hormonal. Na puberdade, os excessos desses compostos podem impactar no amadurecimento ósseo e, eventualmente, até em alterações puberais como puberdade precoce".