Febre Oropouche: casos sobem no país; 1ª morte é confirmada no PE

Número de diagnósticos nos primeiros quatro meses de 2025 representa 56,2% do total de 2024; Espírito Santo concentra 70% dos dados nacionais

ransmissão acontece por mosquitos, sobretudo pelo Culicoides paraensis e pelo Culex quinquefasciatus
Foto: Divulgação/Genilton J. Vieira/Fiocruz
ransmissão acontece por mosquitos, sobretudo pelo Culicoides paraensis e pelo Culex quinquefasciatus

A febre do Oropouche tem avançado pelo Brasil: o país já registra 7.756 casos confirmados só nos primeiros quatro meses de 2025. O número equivale a 56,2% do total contabilizado em todo o ano passado (13.791). Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.

Além da alta nos casos, também foi confirmada a primeira morte de um adulto pela doença em Recife. Segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco , a vítima foi uma idosa de 71 anos, moradora da capital, que apresentava comorbidades como diabetes e hipertensão. Ela morreu na última semana de 2024 - a confirmação do óbito demorou quatro meses, devido à raridade desse tipo de ocorrência no Brasil.

Pernambuco também registrou três óbitos fetais relacionados à doença. Até o momento, desde maio de 2024, o estado tem 179 casos confirmados.

Sudeste tem maior número de diagnósticos

Enquanto Pernambuco tem o maior número de mortes, o Espírito Santo é o estado que concentra a maioria dos diagnósticos: 5.500 casos confirmados, o que equivale a mais de 70% dos dados nacionais.

De acordo com o Ministério da Saúde, o estado do Rio de Janeiro é o segundo maior em número de notificações confirmadas, com 1.059.

Febre do Oropouche

A febre de Oropouche é causada por um arbovírus, transmitido por mosquitos, como o Culicoides paraensis , conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. O vírus foi detectado pela primeira vez no país em 1960. No início, os relatos da doença eram concentrados na região amazônica, mas a partir de 2024 outros estados registraram casos.

Os sintomas são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça, dor muscular, náusea e diarreia. Tontura, calafrios e vômito também compõem alguns quadros.

Em casos mais graves, a infecção pode evoluir para quadros neurológicos, como meningite viral. Contudo, a maioria dos pacientes se recupera em até uma semana sem complicações graves.

O que preocupa as autoridades de saúde é o fato da febre do Oropouche ser difícil de identificar, além de não existir um tratamento específico. O manejo é feito por meio do alívio dos sintomas por meio de medicamentos e hidrtação adequada.