Após exames médicos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica (IVC ). A informação foi confirmada nesta quinta-feira (17), pela pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Trump, que tem 79 anos, notou um inchaço na parte superior das pernas nas últimas semanas, além de hematomas nas mãos.
Por conta deses sintomas, de acordo com pronunciamento de Leavitt, o presidente seguiu para avaliação da Unidade Médica da Casa Branca, sendo submetido a um check-up completo,
No exame de ultrassonografia dos membros inferiores, que avalia o fluxo sanguíneo das pernas, foi observada a insuficiência venosa crônica, uma condição em que as veias das pernas não conseguem devolver o sangue de forma eficiente ao coração.
"Quando as válvulas venosas falham, o sangue fica mais represado nas pernas. E esse acúmulo de sangue provoca a hipertensão venosa. Consequentemente, acontece o inchaço na perna e até alterações na pele; normalmente se observa uma pele mais escura", explicou o médico Daniel Alarcon Gonçalves, em entrevista ao Portal iG .
Ele apontou também, entre os sintomas da insuficiência venosa crônica, além de inchaço e edema , sensação de peso e cansaço muito grande, dor, desconforto, queimação nas pernas, coceira e dilatação das veias, que ficam mais aparentes.
"É um inchaço que piora ao longo do dia, porque a pessoa está em pé e o trabalho das veias de levar o sangue para o coração, contra a gravidade, fica ainda mais difícil", acrescenta ele.
O médico enfatiza também que são fatores de pré-disposição da doença a hereditariedade, sedentarismo e obesidade.
"Também é um problema a pessoa que fica muito tempo em pé ou muito tempo sentada e fazendo um ângulo de 90 graus com o joelho. Esse é o pior cenário para a piora da insuficiencia venosa e também para acelerar a doença. A gravidez também piora a pressão venosa das pernas", enumera.
Para tratamento, medidas como a adoção da atividade física, uso de meias de compressão elásticas, o controle do peso e manter as pernas elevadas podem melhorar as condições, de acordo com o médico.
"Existem alguns fármacos que aumentam a força das veias, dão mais tonicidade às veias, e podem diminuir bastante os sintomas, assim como há alguns cremes específicos. Há também tratamentos mais avançados, como a escleroterapia, tratamento com laser e a cirurgia para a retirada da safena, das veias que estão mais doentes, nos casos mais complicados", destaca o médico.
Condição benigna
Segundo a porta-voz da Casa Branca , a investigação feita por meio de uma série de exames identificou a insuficiência venosa crônica de Trump, mas descartou problemas mais graves, como trombose venosa profunda e doença arterial.
A porta-voz, em entrevista coletiva, classificou a condição de Trump como benigna e comum, particularmente em indivíduos com mais de 70 anos.
Conforme detalhou Karoline Leavitt, os exames laboratoriais de Trump , como hemograma, painel metabólico abrangente, perfil de coagulação, dímero D, peptídeo natriurético tipo B e biomarcadores cardíacos, apresentaram resultados dentro dos limites normais.
Assim como um ecocardiograma confirmou estrutura e função cardíacas normais.
"Nenhum sinal de insuficiência cardíaca, comprometimento renal ou doença sistêmica foi identificado".
A respeito de fotos recentes do presidente que mostraram pequenos hematomas no dorso da mão, a porta-voz disse que essa condição é "consistente com a irritação leve dos tecidos moles causada por apertos de mão frequentes e pelo uso de aspirina, que é tomada como parte de um regime padrão de prevenção cardiovascular".
Segundo a Casa Branca, o presidente vai continuar cumprindo sua agenda, normalmente.
O diagnóstico de Trump chega em um momento conturbado do seu governo, que se encontra envolvido em crises comerciais por conta do tarifaço criado pelo presidente.
Além disso, ele vem sendo alvo de críticas da sua base de apoiadores por causa de seu envolvimento no caso Jeffrey Epstein .