
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (10), que oferecer no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina que protege gestantes e recém-nascidos contra o vírus sincicial respiratório (VSR), que causa bronquiolite e pneumonia, a partir de novembro.
Segundo a pasta, o imunizante será aplicado em dose única em mulheres a partir da 28ª semana de gravidez, para garantir proteção imediata aos bebês logo nos primeiros meses de vida.
Na rede privada, cada dose custa acima de R$ 1.500. O SUS vai oferecer a vacina por meio de um acordo entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer. Além da compra, o contrato prevê a transferência da tecnologia de produção para o laboratório público paulista.
Segundo o Ministério da Saúde, a medida tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações de crianças por ano e beneficiar aproximadamente 2 milhões de recém-nascidos.
Quanto à distribuição, as primeiras 832,5 mil unidades devem ser entregues até novembro e mais 1 milhão de doses em dezembro. O repasse será feito pelo governo federal, enquanto estados e municípios vão definir os calendários locais de aplicação.
"O vírus é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% de pneumonias em crianças menores de dois anos. A cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento médico, e em média uma a cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida", destacou a pasta em nota.
O que é o vírus sincicial?
Segundo o Ministério da Saúde, o vírus sincicial respiratório (VSR) é um agente infeccioso que ataca os pulmões e as vias respiratórias. Ele é a principal causa de infecções do trato respiratório inferior em bebês e crianças menores de dois anos, com chances de provocar bronquiolite e pneumonia.
De acordo com a pasta, cerca de75% dos casos de bronquiolite e 40% das pneumonias infantis estão ligados ao VSR em determinados períodos do ano.
A maior parte das crianças é infectada no primeiro ano de vida e quase todas têm contato com o vírus até os dois anos. Embora alguns casos sejam leves, até 10% das infecções precisam de hospitalização, e metade pode evoluir para internação em UTI. O risco é maior em bebês prematuros e menores de cinco meses.
Entre 2018 e 2024, foram registradas 83 mil internações de bebês prematuros no Brasil por causa do VSR, como bronquite e pneumonia. A taxa de mortalidade nesse grupo chega a ser sete vezes maior em comparação aos bebês nascidos no tempo correto.
Outras novidades
O Brasil também passará a produzir, por meio de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), o natalizumabe, medicamento biológico usado no tratamento da esclerose múltipla. A transferência de tecnologia será feita pela farmacêutica Sandoz para o Instituto Butantan.
As parcerias foram anunciadas pelo ministro Alexandre Padilha durante a posse do novo presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Leandro Safatle, e de dois novos diretores, Thiago Lopes Cardoso e Daniela Marreco Cerceira. Ambos são as duas primeiras indicações do presidente Lula (PT) ao comando da agência.