
Nos corredores silenciosos e tensos das UTIs e enfermarias, onde o som dos monitores costuma dominar o ambiente, um grupo de musicistas voluntários tem levado algo diferente: música e conforto emocional . As apresentações acontecem em hospitais e se tornaram momentos de pausa, fé e esperança para pacientes, familiares e profissionais da saúde.
Os vídeos que registram essas visitas foram gravados pela fisioterapeuta em Terapia Intensiva Giovana Ferrari, que conversou com a reportagem do iG e relatou ter se emocionado ao presenciar a reação dos pacientes: “O ambiente intensivo é muito tenso, todos ficam em alerta o tempo todo. Quando eles entram tocando, é como um acalento pro nosso coração. Eu me sinto realmente muito emocionada, dá vontade de chorar”, relatou.
Ela conta que uma das cenas mais marcantes aconteceu durante a recuperação de uma paciente que voltava a andar pela primeira vez após uma cirurgia de prótese de quadril : “Ela estava com medo, mas quando ouviu a música começou a cantar junto. Foi encorajada. Os pacientes amam. Em meio ao caos dos alarmes e da rotina, isso é um carinho enorme”, disse a profissional.
A música como instrumento de cuidado e fé
Essas visitas musicais fazem parte do trabalho de capelania hospitalar, um serviço de assistência espiritual, emocional e, muitas vezes, religiosa, oferecido a pacientes e profissionais de saúde. Os grupos são formados por voluntários, alguns ligados a instituições cristãs, outros a universidades e projetos de extensão.
Além da fé, a música tem um papel reconhecido na humanização hospitalar. Pesquisas apontam que ela ajuda a reduzir a ansiedade, o estresse e a dor, promovendo momentos de leveza e reconexão. No ambiente hospitalar, cada nota soa como um lembrete de que, mesmo entre máquinas e protocolos, há espaço para o cuidado que vem do coração.