Já ouviu falar na dieta da lua? E na dieta da banana? Independentemente do nome, essas dietas consideradas “malucas” costumam retirar da alimentação a proteína, um nutriente essencial para o organismo e que ainda ajuda a emagrecer.
O endocrinologista Maurício Hirata explica que a substância é fundamental para o corpo. “A proteína é a matéria-prima principal da nossa estrutura muscular e da manutenção de todos os nossos órgãos e tecidos. Elas participam na formação de hormônios e anticorpos e também são quebradas em aminoácidos, que são fundamentais para quase todas as estruturas do corpo."
Um estudo feito recentemente na Wane State University, em Michigan (EUA), mostrou que aumentar a ingestão de proteínas no café da manhã já faz diminuir a fome durante o dia inteiro, uma constatação importante para quem quer perder peso de forma saudável.
Proteína além da carne vermelha
Apesar das carnes vermelhas serem as fontes mais conhecidas de proteína, uma dieta rica nesse nutriente não precisa ser recheada de carnes. Outros alimentos podem oferecer os mesmos benefícios sem comprometer a saúde. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que há conexão entre o consumo de carne vermelha e o desenvolvimento de câncer .
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Ovos, laticínios, cogumelos e algumas sementes são alguns bons exemplos de alimentos proteicos e a maioria deles faz parte do cardápio do café da manhã do brasileiro.
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Mas aumentar a quantidade de proteína no café da manhã e não cuidar do que come no resto do dia não garante perda de peso a ninguém. Afinal de contas, quando se fala em dietas, não existe milagre, mas sim comprometimento, nutrição e acompanhamento adequados.
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O pão feito com farinha branca, por exemplo, engorda. Portanto, prefira sempre comer pães bolachas e massas integrais, especialmente à noite. Uma experiência simples de fazer é cortar os carboidratos no período noturno.
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“A circunferência abdominal diminui sensivelmente em uma semana e a troca dos carboidratos por alimentos ricos em fibras é capaz de diminuir o pico de açúcar einsulina no sangue, o que reduz sensivelmente a chance de você se tornar diabético”, afirma Hirata.
O endocrinologista enfatiza que a receita clássica de diminuir quantidades e passar fome não funciona. “Hoje, temos que escolher o que vamos comer e não ficar contando calorias.”
Polêmica com a gordura
Uma análise publicada na revista “Lancet Diabetes and Endocrinology” está gerando polêmica no mundo das dietas. O estudo diz que dietas de baixa gordura não são tão eficazes como as de baixo carboidrato ou as dietas mediterrâneas para perder peso.
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A autora, dra. Deirdre Tobias, do Brigham and Women’s Hospital e da escola de medicina de Harvard, afirmou que “não há boas evidências para recomendar dietas de baixa gordura”.
Hirata acredita que essa constatação pode fazer todo o sentido, pois, segundo o médico, o responsável pelo aumento do índice de colesterol no organismo é a própria produção do nosso corpo e, em menor parte, a dieta. “No entanto, isto não significa que o sinal está verde para as gorduras saturadas.”
Algumas gorduras, contudo, são benéficas, como o azeite e o ômega 3 dos peixes - que protegem o coração e são importantes até para a síntese de hormônios sexuais.
Gordura + carboidrato
O endocrinologista aponta que o grande problema é quando ingerimos gordura junto com carboidrato, porque a gordura necessita da insulina, que é liberada junto com o carboidrato para ser assimilada.
“Em tese, se comermos bacon puro, este não é maléfico. Mas se associarmos com pão, aí sim vira veneno, pois este é assimilado junto com o pão e agride a pele dos vasos do corpo por processos químicos inflamatórios complexos.”
Ainda assim, se escorregar na dieta, não desanime. “Não precisamos desanimar, mas temos que ter consciência que para a perda de peso ser contínua e efetiva a dieta e o esforço devem ser diários. Na fase da manutenção de peso, aí sim podemos relaxar e sair da dieta de vez em quando”, pondera Hirata.