Mas se você não tiver o aparelho, é simples medir seus batimentos. Veja onde localizá-los e como calcular o bpm.
Mas, afinal, o que é a frequência cardíaca? Para o cardiologista do Hospital Sírio Libanês, João Vicente da Silveira, esse é o valor referencial que determina quantas vezes o coração bate por minuto, ou seja, quantas vezes o coração contrai em 60 segundos.
Silveira explica que, em adultos normais, varia de 50 a 100 batimentos por minuto e em crianças a frequência é mais elevada, chegando até 140 bpm.
Foto: Shutterstock/Viajar pelo Mundo
Confira sua frequência cardíaca normal quando estiver em repouso
O Dr. Marcelo Sobral afirma que, em casos de prática esportiva, é importante o monitoramento para evitar que a frequência aumente demais e a pessoa sofra com mal súbito. “Ou se o paciente tiver algum tipo de arritmia que necessite de monitoramento”.
O Dr. João Vicente da Silveira complementa explicando que, na prática de exercícios aeróbicos, o acompanhamento dos batimentos cardíacos é essencial, pois eles indicam se a intensidade da atividade é adequada para manter um nível seguro para o organismo. “Com esse controle, pode-se demonstrar problemas do ritmo cardíaco como são chamadas as arritmias cardíacas e detectar a necessidade de usar medicamentos para tratar um problema mais sério do ritmo cardíaco”, explica Silveira.
Por que devemos ter cuidado com os batimentos cardíacos?
Quem nunca ficou preocupado ao perceber o coração acelerado depois de tomar um susto, ou se movimentar repentinamente? A mão logo vai em direção ao peito, em tentativa de ver como estão os batimentos. Por estar diretamente relacionada à quantidade de sangue que o órgão manda para o corpo, precisamos ficar atentos quando isso acontece.
Ter os batimentos cardíacos mais rápidos depois de uma atividade física é normal, mas isso não pode acontecer quando se estiver em repouso.
Em entrevista com o cirurgião cardíaco Marcelo Sobral, ele explica que a quantidade de sangue que precisamos que circule no corpo chama-se débito cardíaco, que é a multiplicação da frequência cardíaca pela quantidade de sangue que sai do coração. Em uma situação em que a pessoa esteja sem se movimentar, por exemplo, deve-se considerar a referência normal, que é de 50 a 100 bpm. “Se a frequência cardíaca estiver baixa, o corpo irá receber uma quantidade de sangue menor do que deveria”, pondera Sobral.
O contrário também é preocupante. Se os batimentos estiverem menores do que 60 bpm também é aconselhável ajuda médica.
Mulheres têm frequência cardíaca mais alta
O cirurgião explica também que as mulheres tendem a ter a frequência um pouco mais alta que os homens. No entanto, em um estudo feito pelo Departamento de Medicina do Hospital Beth Israel, em Boston, Massachusetts, foi constatado que, em repouso, se a frequência estiver acima de 76 bpm para mulheres, isso pode significar que elas terão uma maior probabilidade de sofrer de doenças cardíacas futuras.
“A cada aumento de 10 batimentos na frequência cardíaca de repouso, o risco de doença cardíaca aumenta”, revelou o estudo.
Para tentar reduzir a frequência, a pesquisa sugere a perda de peso, a menor ingestão de gordura e exercícios físicos frequentes. “Mulheres que se exercitam diminuem o risco de problemas cardíacos futuros”, afirma o estudo.
Taquicardia
Quando alterações elétricas ocorrem no corpo, elas modificam o ritmo do coração: sendo conhecidas também como arritmias cardíacas. Ao ter uma frequência maior do que 100 bpm, essa arritmia pode ser chamada de taquicardia.
Geralmente, isso acontece em resposta a alguma reação do corpo por conta de uma situação passageira como, por exemplo, em momentos de ansiedade, estresse, perda de sangue ou na realização de exercício físico muito intenso. Alguns alimentos também despertam essa reação, como o chocolate e o café.
Mas, nos casos mais sérios, a taquicardia pode ser um sintoma para alguma doença como o hipertireoidismo, a pneumonia, tromboembolismo pulmonar, doença cardíaca valvar, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia e até alguns tumores.
“Quem sofrem com algum distúrbio na parte elétrica, como o distúrbio da superexcitação, em que qualquer estímulo gera uma frequência alterada e pode subir muito e causar uma arritmia grave”, afirma o Dr. Marcelo Sobral.
Além da sensação do coração acelerado, podem acontecer tonturas, desmaios, falta de ar e fadiga. Por isso, é indicado a procura de ajuda médica nesses casos. O especialista irá analisar o histórico somado ao quadro do paciente para poder dar o diagnóstico, que geralmente é confirmado com um exame chamado eletrocardiograma. O tratamento vai depender de como o médico avaliou a causa do taquicardia.
Leia também: Como medir seus batimentos cardíacos e calcular a frequência cardíaca
Como normalizar?
Para tentar diminuir o ritmo do coração acelerado, há algumas medidas que podem ajudar a normalizar os batimentos cardíacos. Siga as instruções abaixo.
Respire lentamente, inalando o ar pelo nariz e soltando pela boca. Foto: shutterstock/Reprodução
Concentre-se em imagens mentais; pense em lugares e pessoas que possam te acalmar e te façam bem. Foto: shutterstock/Reprodução
Medite um pouco, tentando se concentrar para acalmar seus batimentos cardíacos. Foto: shutterstock/Reprodução
Receba uma massagem; o relaxamento provocado pelo procedimento pode abaixar os batimentos cardíacos de maneira rápida. Foto: shutterstock/Reprodução
Deite e relaxe um pouco; procure uma posição confortável, de preferência, longe de barulho e feche os olhos por alguns minutos. Foto: shutterstock/Reprodução
Leve a vida numa boa; dedique algum tempo do seu dia para fazer algo que você gosta e tente descansar mais. Foto: shutterstock/Reprodução
Bradicardia
Quando os batimentos estão mais fracos, ou seja, lentos e até sem ritmo, geralmente menores do que 60 bpm, o coração fica incapaz de bombear suficientemente o sangue rico em oxigênio para o seu corpo durante atividades normais ou exercícios.
“A consequência de uma frequência cardíaca baixa é que a pessoa pode sofrer de mal súbito, pode desmaiar ou o coração pode parar. Já se estiver muito alta, a pessoa pode desenvolver uma arritmia, e em alguns casos isso pode ser fatal”, alerta Sobral.
A bradicardia pode causar os mesmos sintomas da taquicardia: tontura, falta de ar, cansaço extremo e até desmaios. Geralmente, essa alteração pode acontecer por conta de defeitos cardíacos hereditários, algumas doenças ou medicamentos para o coração, bloqueio cardíaco ou até mesmo o processo natural de envelhecimento.
Pessoas com mais de 65 anos podem ter esse tipo de ritmo cardíaco. É importante a consulta com um médico para um diagnóstico mais apropriado.
Leia também: Exercícios físicos e estilo de vida saudável ajudam a reduzir em até 35% as mortes em pacientes cardíacos
“Doenças no coração, principalmente as que afetam o eixo elétrico, em pessoas idosas ou pessoas que sofram com doenças cardíacas congênitas a frequência cardíaca pode ser bem baixa, por isso é preciso atenção”, explicou o médico.