Carla Brandão

Os desafios da menopausa

Só há um jeito: aprender a lidar com ela

A mulher e a menopausa
Foto: Reprodução internet
A mulher e a menopausa

A menopausa tem um dia, que é 18 de outubro. A ideia é convidar a todos a olharem para ela de frente e entendermos que não adianta brigar, se irritar e se entristecer com a chegada de dezenas de mudanças e sintomas, que afetam a mulher de diversas formas.

Entre os desafios do momento em que os ovários param de produzir hormônios, a mulher deixa de mestruar e chega ao fim o período reprodutivo feminino está reconhecer que seremos afetadas, tanto física como emocionalmente, mas para manter a nossa qualidade de vida é preciso coragem para fazer as mudanças necessárias.

A data foi criada pela Sociedade Internacional de Menopausa e serve exatamente para desmistificar e conscientizar a sociedade a respeito dessa fase da vida feminina.

Os endocrinologistas e ginecologistas relatam que há um aumento da procura das mulheres para tratamento da menopausa. Depois de muitos medos e informações dissonantes sobre a reposição hormonal, parece que avançamos, com mais segurança, novas tecnologias e sem tantos efeitos colaterais.

Segundo o endocrinologista Cláudio Ambrósio, a dose de hormônio a ser reposto no climatério, fase de transição que engloba a pré-menopausa, a menopausa e a pós-menopausa é variável e precisa ser individualizada.

“A reposição hormonal precisa ser dosada por indicação médica, afinal é feita uma adaptação ao melhor tratamento, para ter um alívio clínico” , explica o médico.

Quem passa por isso garante que o difícil é encarar dores locais, diminuição da libido, fogachos, ressecamento vaginal, aumento de peso, insônia, queda de cabelo, suor noturno, perda de massa óssea, oscilação de humor, irritabilidade e manter o equilíbrio necessário para encarar a vida, que ainda está a todo vapor.  

Os tempos mudaram e a menopausa, palavra de origem grega e que significa pausa da menstruação, se tornou um grande dilema para uma mulher madura, ainda sexual e economicamente ativa.  

Segundo o especialista, o momento da chegada dessa pausa física está ligada também ao nível de estresse da mulher ao longo da vida, mas não confirma que a falta de memória tem ligação direta com esse período. Uma surpresa para mim.

“Não há estudos conclusivos a respeito. A ciência não provou que a queda na produção de hormônios femininos esteja relacionada à diminuição da memória” , diz o médico. O que está comprovado mesmo é que essa baixa hormonal fragiliza o coração da gente, nos tornando mais vulneráveis a problemas cardíacos e infartos, que até então nos acometiam menos do que aos homens.

Por isso, uma data para estimular essa conversa e incentivar as mulheres, muitas vezes sobrecarregadas, adiando consultas e exames, a olhar para essa fase com mais cuidado é tão importante. Mudar o estilo de vida, buscar suplementação de vitaminas e minerais, além de medicamentos fitoterápicos específicos para gerenciar os sintomas também é a melhor forma de atravessar esse mar revolto.

A chegada do climatério representa a necessidade de driblar não só os efeitos físicos como os psicológicos de forma constante e efetiva, pois estamos vivas e com novos desafios do envelhecimento.