Fiocruz ainda não assinou contrato de transferência de tecnologia para vacina

Diretor admite atraso, mas afirma que entrega dos imunizantes não foi comprometida

Foto: André Biernath - Da BBC News Brasil em São Paulo
Vacina Oxford/AstraZeneca está no Plano Nacional de Imunização

O contrato da transferência de tecnologia para a produção da vacina Oxford/AstraZeneca ainda não foi assinado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), segundo documento obtido pela reportagem do Jornal Nacional. A fundação ainda não tem o conhecimento necessário para produzir a vacina sem depender da importação de componentes.

O acordo entre a Fiocruz e o laboratório AstraZeneca assinado em setembro de 2020 previu que a fundação receberia o IFA, principal insumo para a produção das vacinas, via importação. Outro contrato, este ainda pendente, estabelecia a transferência de tecnologia para o Brasil. Dessa forma, a Fiocruz poderia produzir a vacina contra a Covid-19 100% no Brasil, sem depender do IFA de outros países.

O Ministério Público Federal solicitou informações sobre a transferência da tecnologia para a produção da vacina à Fiocruz em dezembro. Em janeiro de 2021, o MP insistiu, e a Fiocruz admitiu atraso na negociação pela transferência da tecnologia.

Consultado pela reportagem do Jornal Nacional, Maurício Zuma, diretor da fábrica de vacinas da Fiocruz , afirmou que o contrato com a AstraZeneca é complexo, mas que todo o conhecimento para a produção do IFA está sendo transferido. A Fiocruz será autossuficiente em todos os processos para a fabricação do imunizante

A AstraZeneca afirmou que a assinatura do contrato por parte da Fiocruz não deve demorar. Enquanto o acordo não for firmado, a Fiocruz continuará dependendo do IFA importado. O diretor da fábrica do imunizante afirmou ao Jornal Nacional que o atraso na assinatura não compromete o cronograma de entrega de vacinas firmado entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde