Anvisa recebe pedido para autorização de estudo da vacina brasileira Versamune

No mesmo dia que Butantan anuncia nova vacina, governo Bolsonaro divulgou imunizante com recursos federais

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O pedido é para realização de estudo fase 1 e 2 da vacina Versamune®️-CoV-2FC

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta sexta-feira (26) que recebeu o pedido para autorização de estudo de uma vacina contra Covid-19 , desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), em parceira com as empresas Farmacore e PDS Biotechnology, dos Estados Unidos.

"Segundo os procedimentos da Anvisa, a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais", informou a agência em nota. O pedido é para realização de estudo fase 1 e 2 da vacina Versamune®️-CoV-2FC.

Mais cedo, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou a candidata a vacina contra a Covid-19 apoiada pelo governo federal. Pontes convocou a imprensa horas após o governo de São Paulo dizer que pretende iniciar testes para outro cotado a imunizante nacional, o ButanVac. Ele estava ao lado do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

"Do meu ponto de vista não tem nada a ver uma coisa com a outra. Não tem nada a ver um fato com outro. Nós temos anunciado o trabalho com as vacinas nacionais há muito tempo", disse Pontes. "É bom para o país. A gente precisa ter várias vacinas nacionais. Essa aqui é uma que a gente tem trabalhado bastante", acrescentou o ministro.

Ainda não há muito detalhes sobre a Versamune®️-CoV-2FC. Marcos Pontes não especificou quanto tempo devem durar os testes, mas deu uma previsão de cerca de três meses para as duas fases inicias, com 300 voluntários.

Depois, são necessárias 20 mil pessoas para a terceira etapa, porém o ministro disse que é possível acelerar a tramitação e até fazer algumas abertas para eventualmente pedir o uso emergencial.

A vacina tem como estratégia uma proteína recombinante do novo coronavírus, baseada numa plataforma desenvolvida pela PDS chamada de Versamune, que ativa células-T, que têm função imunológica. Em junho de 2020, já havia a possibilidade dessa vacina ser testada no país. O financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações ainda era estudado naquela época.  

De acordo com o Ministério da Saúde, há 17 estudos pré-clínicos de vacinas contra Covid-19 em andamento no país.