Israel oferece dose de reforço da Pfizer para adultos com imunodeficiência

Ministro da Saúde do país disse que aplicação de uma terceira dose de imunizante contra a Covid-19 para a população em geral ainda está sendo examinada

Preparação da dose da vacina contra a covid-19
Foto: Gil Cohen-Magen/AFP
Preparação da dose da vacina contra a covid-19

O governo de Israel anunciou neste domingo que vai oferecer uma dose de reforço da vacina da Pfizer/BioNtech contra a Covid-19 para adultos com sistema imunológico enfraquecido, mas ainda está avaliando se uma terceira dose deve ser aplicada ao público em geral.

Com a rápida disseminação da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia, novas infecções aumentaram no mês passado em Israel de um dígito para cerca de 450 por dia.

O ministro da Saúde, Nitzan Horowitz, disse que adultos com sistema imunológico debilitado que receberam duas doses da Pfizer podem a partir de agora receber uma dose de reforço, mas ainda não há "uma resposta final" sobre a aplicação de uma terceira injeção para a população em geral.

— Estamos examinando esta questão. De qualquer forma, estamos administrando a partir de agora uma terceira dose a pessoas que sofrem de imunodeficiência. São, por exemplo, pessoas que se submeteram a transplantes de órgãos ou sofrem de uma condição médica que causa uma queda na imunidade — afirmou Horowitz.

A Pfizer e a parceira BioNTech, principais fornecedoras de imunizantes para a rápida campanha de vacinação israelense que começou em dezembro, disseram na quinta-feira que pretendem pedir dentro de algumas semanas autorização aos reguladores dos EUA e da Europa para doses de reforço.

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As empresas citaram como justificativa um risco aumentado de infecção após seis meses. No entanto, ainda não compartilharam os dados que mostram esse risco e o anúncio foi criticado por cientistas.

Cerca de metade dos 46 pacientes atualmente hospitalizados em Israel em estado grave foram vacinados, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O coordenador de resposta à pandemia de coronavírus de Israel, Nachman Ash, disse na quarta-feira que a esmagadora maioria deles são de grupos de risco, com mais de 60 anos de idade e com problemas de saúde anteriores.

Israel administrou quase exclusivamente vacinas da Pfizer para cerca de 60% de sua população de 9,3 milhões de pessoas.

Nesta semana, o Ministério da Saúde do país anunciou que a efetividade da vacina da Pfizer foi de 64% contra todas as infecções por coronavírus, abaixo de cerca de 95% em maio, antes da variante Delta começar sua escalada para o domínio quase total no país.

O resultado difere de estudos em outros países. Especialistas explicam que isso é esperado porque é difícil para um único estudo apontar com precisão a efetividade de uma vacina. E o imunizante ainda se mostrou muito efetivo em manter as pessoas fora dos hospitais: o Ministério da Saúde de Israel estimou que a vacina da Pfizer é cerca de 93% efetiva na prevenção de doenças graves e hospitalização.