Queiroga: "Quero ser conhecido como homem que acabou com a pandemia"

Ministro da Saúde diz que estuda a aplicação da 4ª dose e afirma que país atingirá pico de infecção pela Ômicron nas próximas semanas

Queiroga: 'Quero ser conhecido como homem que acabou com a pandemia'
Foto: Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy
Queiroga: 'Quero ser conhecido como homem que acabou com a pandemia'

No gabinete do ministro da Saúde, dois retratos chamam a atenção: de um lado da sala, está um quadro de Carlos Chagas, um dos pesquisadores mais renomados do Brasil, e do outro, uma foto de  Jair Bolsonaro dando um abraço em Marcelo Queiroga.

A decoração ilustra como o cardiologista paraibano tenta conviver com lados opostos, entre cientistas que referendam a vacina e o presidente que defende medicamentos cuja ineficácia está comprovada.

Ao se equilibrar entre um grupo e outro, Queiroga permanece sentado numa cadeira espinhosa há mais de dez meses, superando a gestão do general Eduardo Pazuello.

Em entrevista, o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro reafirma a ineficácia da hidroxocloroquina para a Covid-19, um tema que semeia discórdia na pasta, e projeta o pico de casos da variante Ômicron nas próximas três semanas, mas minimiza a chance de o país reviver um colapso do sistema.

Queiroga ainda diz que há estudos em andamento sobre a possibilidade de incluir a aplicação da quarta dose e a vacinação infantil no Programa Nacional de Imunizações (PNI). E afirma que seu desejo é entrar para a história como o “homem que acabou com a pandemia da Covid-19”. No Brasil, mais de 626 mil pessoas morreram infectadas pelo coronavírus.

O senhor completará em março um ano à frente do Ministério da Saúde. Qual foi o momento mais difícil em sua gestão?

Eu diria que o pico da variante Gama, com 4.000 pessoas falecendo por dia. Isso é algo que, para nós, como médicos, lamentamos profundamente todos os óbitos, mais de 600 mil, uma emergência sanitária de importância internacional.

Agora, particularmente, foi muito difícil para mim quando tivemos a notícia de uma perda de uma gestante. O Brasil colocou as gestantes de maneira pioneira na campanha nacional de imunização política de vacinação.


O senhor disse recentemente que a história irá julgá-lo como ministro. Como acha que a história vai te definir?

Eu quero que (a história) me defina como o homem que acabou com a pandemia da Covid-19. Tanto que eu coloquei aqui o Carlos Chagas. Quem veio descerrar esse quadro, que é um quadro histórico, do acervo da Fundação Oswaldo Cruz, foi o presidente Bolsonaro.

Ele ajudou o Brasil a vencer a pandemia lá do século atrás, né? Admiro muito o Carlos Chagas. Não que eu seja nem um décimo do que ele foi. Deveria ter recebido o Prêmio Nobel de Medicina pelas pesquisas em relação à doença de Chagas. Então eu quero ser lembrado dessa forma.