
O tratamento de câncer de próstata não metastático resistente à castração vai contar com uma nova indicação terapêutica. Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento Xtandi (enzalutamida) apresentou melhora na sobrevida livre de metástases.
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Testes indicaram que o medicamento usado no tratamento de câncer de próstata reduziu em 70,8% o risco de agravamento da doença quando comparado ao placebo, além de ter aumentado a mediana da sobrevida livre de metástases de 14,7 meses (no grupo placebo) para 36,6 meses no grupo da enzalutamida (diferença de 21,9 meses).
O produto tem registro na Anvisa desde dezembro de 2014, com indicação aprovada como antineoplásico para tratar o câncer de próstata metastático resistente à castração, em adultos que são assintomáticos ou ligeiramente sintomáticos, após falha de terapia de privação androgênica.
Também tem uso aprovado para tratamento de câncer de próstata metastático resistente à castração em adultos que já tenham recebido terapia com docetaxel.
O Xtandi será comercializado na forma farmacêutica de cápsula gelatinosa, com concentração de 40 miligramas.
Após a avaliação inicial e diagnóstico de câncer de próstata, a maior parte dos homens passa por tratamento local primário, com intenção curativa. A terapia de privação androgênica, por meio da castração cirúrgica ou medicamentosa, é frequentemente iniciada em homens com aumento do antígeno prostático específico, depois da realização de terapia primária.
Após a terapia de privação androgênica, o próximo estado clínico mais frequente no atual modelo de progressão da doença é o câncer de próstata resistente à castração. Homens com este quadro podem ter doença metastática ou não-metastática.
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Redução de radioterapia no tratamento do câncer de próstata

Atualmente, pacientes com câncer de próstata costumam ser submetidos a 40 sessões de radioterapia
para realizar o tratamento da doença. Com uma t erapia chamada hipofracionamento moderado
, é possível que esse número seja reduzido pela metade. No entanto, uma nova técnica que está começando a ser utilizada por hospitais brasileiros tem permitido diminuir a quantidade para apenas cinco.
As primeiras iniciativas da radioterapia ultra hipofracionada já é oferecida no tratamento do câncer de próstata há alguns meses no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e no Mãe de Deus, em Porto Alegre. O A. C. Camargo Cancer Center adotou a abordagem em dois casos neste mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
.
O procedimento é baseado em altas doses de radiação sobre o tumor, o que permite menos aplicações do que as técnicas convencionais. Conhecida também como hipofracionamento extremo ou SBRT, a terapia já é usada para tratar alguns outros tipos de câncer, como o de pulmão, por exemplo.
Além de permitir que as sessões diminuam, a abordagem também torna as sessões de radioterapia mais rápidas: o tempo, que costuma ser de 25 minutos, cai para oito.
Alguns estudos mostraram que a abordagem deve ficar restrita a pacientes com câncer de risco baixo ou intermediário. Já os homens com problemas crônicos no trato urinário não devem procurar o tratamento de câncer de próstata , pois há risco de efeitos colaterais, como ardor e aumento da frequência urinária.