Pesquisa indica faixas etárias que mais se importam com efeitos da atividade física na saúde mental
Ana Paula Ferreira
Pesquisa indica faixas etárias que mais se importam com efeitos da atividade física na saúde mental

Apesar de ter ganhado bastante destaque nos últimos anos, a importância da prática das atividades físicas para a saúde mental segue sendo um tema bastante abordado em estudos mundo afora.

Recentemente, uma pesquisa realizada pela ALS Perception , a pedido da Medley , empresa de genéricos da Sanofi , apontou quais são as faixas etárias que mais se preocupam com os efeitos positivos dos exercícios físicos para o bem-estar mental .

Segundo o levantamento, 84% das pessoas da geração acima dos 55 anos, os baby boomers, e 81% dos millennials, nascidos entre 1981 e 1996, são as gerações mais conscientes sobre os benefícios da prática de atividade física regular na redução dos sintomas de ansiedade e depressão .

Pesquisa sobre atividades físicas e saúde mental

A pesquisa buscou compreender a preocupação da população brasileira a respeito dos cuidados com a saúde mental e sua relação com a prática regular de esportes e atividade física. Além da relação direta entre prática de atividade física e o bem-estar mental, constatou-se que a qualidade do sono e da alimentação também são fatores relevantes para os brasileiros.

Das ações realizadas com o objetivo de cuidar da saúde mental, em todas as gerações foram apontadas:

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  1. Prática regular de atividade física (50%);
  2. Manutenção do hábito alimentar saudável (41%);
  3. Estabelecer uma rotina de sono regular (37%).
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<span class="hidden">–</span> ALS Perception/Divulgação

“Com base nesses dados, observamos que o acesso à informação tem gerado maior conscientização sobre a importância de cultivar bons hábitos. Isso reflete em uma maior valorização da atividade física , da alimentação equilibrada e de uma rotina de sono adequada, elementos fundamentais para uma abordagem mais integrada que chamamos de Medicina do Estilo de Vida, prática focada na prevenção, tratamento e reversão de doenças crônicas por meio de mudanças diárias no comportamento”, analisa o médico psiquiatra e diretor médico da Med.IQ, Luiz Dieckmann.

Principais benefícios dos exercícios, segundo a pesquisa

A prática de esportes e atividades físicas é associada a benefícios para a saúde mental entre diferentes gerações, como mostra a pesquisa da Medley.

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Um dos principais benefícios associados à prática de atividade física é a melhora do humor e da sensação de bem-estar, relatado por 85% das gerações baby boomer e Y (85% cada geração) e 82% da geração X. Além disso, a qualidade do sono também é considerada impactada positivamente pelas três gerações pesquisadas, especialmente pelas gerações X (82%) e millennials (80%).

Por fim, a redução do estresse e da ansiedade, além do estímulo à liberação endorfina, neurotransmissores ligados à felicidade, aparecem como os benefícios percebidos mais relevantes entre os millennials, com 80% e 85% das respostas, respectivamente.

No gráfico abaixo, é possível ver os cinco principais benefícios do esporte e atividade física para a saúde mental , segundo os entrevistados:

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<span class="hidden">–</span> ALS Perception/Divulgação
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“Neste recorte, vemos um resultado mais positivo entre pessoas das gerações Y e baby boomer. Esses indivíduos parecem perceber melhor os benefícios que a prática de exercícios promove em diversos aspectos da nossa saúde. Eles reconhecem que pode impactar positivamente o humor , sono e na redução do estresse e sintomas ansiosos, que podem estar associados a transtornos mentais, como a depressão.”, aponta Dieckmann.

“Não à toa, cada vez mais os médicos orientam, além do acompanhamento com especialista, a atividade física como parte de um plano de melhora da qualidade de vida , que precisa envolver o cuidado com a saúde mental, além da saúde física”, complementa.

Falta de recursos financeiros limita os cuidados

Apesar de reconhecerem a importância da prática de atividades físicas para o bem-estar mental, ainda existem algumas barreiras que impedem a população de priorizar os cuidados regulares com a saúde mental .

Como foi apontado na pesquisa, a falta de recursos financeiros ou de profissionais especializados (36%), a falta de tempo (35%) e o estresse excessivo no cotidiano (34%) estão entre os principais motivos para essa dificuldade.

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No recorte por geração, as pessoas da geração X apontam a falta de tempo (44%) como o principal impeditivo no cuidado regular da saúde mental, enquanto a geração Y, ou millennials, dizem que o estresse excessivo (43%) e o acesso limitado a recursos financeiros (39%) são barreiras encontradas no dia a dia que fazem com essas pessoas não cuidem adequadamente da saúde mental.

“Aqui, a segmentação geracional também nos leva a refletir sobre estilo de vida de cada faixa etária, nos mostra a dificuldade em ‘equilibrar os vários pratinhos’ e como o ambiente em que estamos inseridos influencia nossa saúde mental e nossa capacidade de buscar apoio. A falta de acesso a recursos financeiros é um fator limitante relevante para a busca de cuidados especializados em saúde mental em todas as gerações entrevistadas”, afirma o médico.

Diante disso, é preciso ressaltar que é possível cumprir as recomendações da OMS em relação a exercícios físicos sem gastos adicionais: a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada por semana e dois dias de atividade de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior por semana.

“Mais do que apenas recomendar que o paciente adote novos comportamentos para melhorar a saúde mental, é fundamental demonstrar isso em nossa própria rotina . Recentemente, completei o desafio de percorrer 150 km de bicicleta e essa experiência só reforçou a importância da prática da Medicina de Estilo de Vida”, compartilha Dieckmann.

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“Outras atividades como acordar mais cedo para pedalar , trocar o elevador pelas escadas, são formas de materializar essa abordagem médica no cotidiano. Hoje, o médico precisa prescrever o autocuidado aos pacientes também, e dentre eles, está a prática de atividade física”, conclui o especialista.

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